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Como funciona a bomba de insulina?

A bomba de insulina é um aparelho que fornece insulina continuamente ao nosso corpo. É usado essencialmente na diabetes tipo 1 e hoje falamos um pouco sobre ela.

A insulina é um tratamento disponível para o controlo da diabetes, tanto na diabetes tipo 1 como na diabetes tipo 2. Na diabetes tipo 1, o pâncreas funciona mal desde muito cedo (normalmente desde a infância) até não ser capaz de produzir insulina – hormona responsável por controlar os níveis de açúcar no sangue. Sem insulina, o açúcar acumula-se e ocorre hiperglicemia. O tratamento da diabetes tipo 1 é com insulina desde o momento do diagnóstico, como maneira de compensar um pâncreas não funcionante. Por outro lado, na diabetes tipo 2, o pâncreas não funciona bem, mas ainda produz insulina, o que acontece é que esta insulina não é tão eficaz. Assim sendo, a insulina é normalmente utilizada em fases descompensadas ou avançadas da doença. Porque o objetivo é conseguir um tratamento cada vez mais cómodo para os doentes, surgiu uma inovação: a bomba de insulina.

 

As bombas de insulina são uma alternativa às injeções de insulina que, na diabetes tipo 1, ocorrem várias vezes ao dia. Por ser mais confortável, é uma uma opção cada vez mais explorada nestes casos.

O que é uma bomba de insulina?

Uma bomba de insulina é um pequeno aparelho, do tamanho de um telemóvel, que injeta insulina continuamente no organismo. Também chamada de Dispositivo de Perfusão Subcutânea Contínua de Insulina, tem como objetivo «imitar» o funcionamento do pâncreas.

 

As primeiras bombas de insulina surgiram nos anos 80 e, com o avançar da ciência, foram tornando-se mais pequenas e cómodas. Possuem um sistema de infusão que consiste em: um cateter, inserido debaixo da pele, uma cânula que fica «colada» à pele e um tubo ligado ao aparelho em si. Normalmente é colocado na zona abdominal e o cateter deve ser mudado de sítio a cada 2 a 3 dias, para evitar reações na pele. No entanto, as coxas ou os braços são outros locais que pode colocar o sistema de infusão.

 

Como funciona?

 

Infelizmente a tecnologia atual não permite que as doses de insulina sejam definidas automaticamente pelo aparelho. Por isso, todas as doses de insulina são inseridas pelo utilizador, com base no seu perfil glicémico.

 

Posto isto, é muito importante a constante monitorização dos níveis de açúcar no sangue. Para esse fim é muitas vezes usado um sensor de glicémia, aparelho colocado no braço que nos permite fazer uma leitura rápida dos níveis de glicose. A insulina utilizada nas bombas é uma insulina de ação rápida, o que significa que atua de imediato e durante um espaço de tempo curto. 

 

Por isso, a bomba de insulina é programada de hora em hora com os valores que definirmos. A título de exemplo, podemos programar a bomba para que forneça a mesma dose de insulina continuamente, ao que chamamos de taxa basal. Mas, ao ingerirmos hidratos de carbono podemos aumentar a dose de insulina (chamado de bólus) como resposta ao aumento da glicose no sangue. A dose de insulina é calculada com base na quantidade de hidratos de carbono presente na refeição. Da mesma forma, quando fazemos exercício, podemos ajustar a insulina de maneira a evitar uma hipoglicémia.

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Atividade física na diabetes tipo 1

Quem deve usar uma bomba de insulina?

 

As bombas de insulina são fornecidas em centros especializados e que trabalham com este tipo de dispositivos. As indicações para o seu uso podem variar de centro para centro, mas incluem:

 

  • Crianças e pessoas com diabetes tipo 1;
  • Grávidas;
  • Pessoas com controlo metabólico difícil com mais de 4 injeções de insulina por dia;
  • Quem tenha capacidade para medir continuamente os níveis de açúcar e capacidade para trabalhar com o dispositivo.

 

Dados de 2018 da Direção-Geral de Saúde afirmam que cerca de 2300 pessoas com diabetes em Portugal utilizam bombas de insulina. São maioritariamente indicadas na diabetes tipo 1 e o facto de o uso ser iniciado na infância é uma vantagem, pelo hábito criado precocemente.

 

O uso da bomba está associado a um controlo glicémico mais rigoroso. O facto de poder definir as doses de insulina durante as várias horas do dia, permite-lhe ter um maior domínio sobre o exercício que faz e os hidratos que come, por exemplo. No entanto, não deixa de ser um aparelho que está continuamente ligado a si e cuja utilização não é a mais fácil ou intuitiva. Além disso, o início do seu uso deve ser sempre bem acompanhado pela equipa médica e de enfermagem e o seguimento deve ser rigoroso em consulta.

Referências
  • Liberatore R & Damiani D, 2006.

  • Dynamed

  • Diabetes UK

  • American Diabetes Association (ADA)

  • Medtronic

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