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Gerir várias doenças: o problema da polimedicação

Sabe o que significa comorbilidade? E polimedicação? Hoje falamos de termos muitas vezes utilizados na diabetes e explicamos o seu significado.

Em termos médicos, a presença de várias doenças que se sobrepõem na mesma pessoa pode também ser chamada de comorbilidade ou pluripatologia. Infelizmente, um diagnóstico de diabetes é frequentemente acompanhado por diagnósticos adicionais de outras condições comorbilidades. Ou seja, cada uma com seus próprios riscos e desafios que podem afetar o estado geral de saúde de um doente, assim como trazer complicações na gestão da doença.

 

Os estudos dizem-nos que as comorbilidades mais comuns na diabetes são a hipertensão, a obesidade, a dislipidemia, a doença renal crónica, a doença cardiovascular, e os transtornos depressivos e de ansiedade. Estatisticamente, a presença de várias doenças é mais comum em homens e pessoas idosas. E, naturalmente, leva à necessidade serem tomados vários medicamentos, ou seja, à polimedicação.

O impacto de gerir várias doenças

A comorbilidade tem um impacto na qualidade de vida do doente que é proporcional à carga e tipologia de doenças presentes. No entanto, o impacto na gestão da doença é menos visível, apesar de sabermos que influencia e muito os resultados no curto e no longo prazo, bem como a de qualidade de vida do doente.

 

A gestão eficaz da diabetes é já um grande desafio. Assim sendo, não é de admirar que os profissionais de saúde e os doentes possam ficar sobrecarregados com a necessidade de gerir várias doenças, além das metas de tratamento específicas para diabetes. No entanto, ignorar a necessidade de gerir em simultâneo várias doenças podem levar à ineficácia do controlo de fatores de risco, assim como à redução da qualidade de vida e aumento do risco de mortalidade.

O que é a polimedicação?

Um dos problemas principais da gestão simultânea de várias doenças é a polimedicação. Isto é, a administração concomitante de vários medicamentos diferentes em tratamentos prolongados. A polimedicação gera vários riscos:

 

  • Reações adversas devidas a interação medicamentosa;
  • Maior probabilidade de hospitalização;
  • Maior dificuldade na adesão à terapêutica;
  • Custos acrescidos a nível individual e público.

 

Além disso, a polimedicação poder levar ao desenvolvimento de um círculo vicioso. Um número maior de medicamentos causa efeitos adversos que podem ser interpretados como distúrbios ou comorbilidades adicionais, levando à prescrição de medicamentos adicionais.

 

A polimedicação é muitas vezes necessária, mas é desejável que o médico seja sempre informado acerca da existência de comorbilidades para poder antecipar potenciais reações. Ou seja, para  e distinguir entre polimedicação «necessária» e polimedicaçãio « desnecessária», avaliando, assim, o tratamento numa perspetiva risco-benefício.

 

Por outro lado, o doente deve evitar tomar qualquer tipo de medicamento (mesmo medicamentos sem receita médica e suplementos alimentares) sem previa discussão e autorização médica. É importante que os doentes diabéticos e seus familiares estejam sensibilizados para os riscos ligados à toma de diversos medicamentos. Só assim poderia participar na avaliação de tais riscos com auxílio médico. Na dúvida, já sabe: não hesite a contactar o seu médico!

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Referências
  • American Diabetes Association (ADA)

  • Endocrine Today

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