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O conceito de envelhecimento saudável

Ouve-se muito falar no envelhecimento, mas o que é afinal o envelhecimento saudável (ou envelhecimento ativo) e quais as estratégias nacionais para o promover?

O envelhecimento é um tema cada vez mais habitual nas reflexões sobre a mudança das sociedades contemporâneas. Olhado, frequentemente, como um processo que traz preocupação por estar associado a doença, incapacidade e dependência ao nível individual, é igualmente discutido na perspetiva da insustentabilidade das respostas ao nível populacional.

 

Envelhecimento vs. longevidade

No entanto, ao substituirmos o termo envelhecimento pelo termo longevidade a perspetiva muda. A longevidade (juntamente com a diminuição da mortalidade e especialmente a mortalidade infantil) pode ser considerada como um dos principais sucessos das sociedades contemporâneas. Como sempre, trata-se de uma questão de enquadramento. Se ao envelhecimento associamos conotações negativas, a longevidade tem sido, no entanto, uma conquista ao longo de séculos de melhorias na educação, saneamento, infraestruturas e conhecimento científico.

 

O problema prende-se, assim, com a dimensão de incapacidade e morbilidade associada ao processo de envelhecimento, mas não com o envelhecimento per se. A longevidade é algo à qual todos aspiramos.

Como ter um envelhecimento saudável

Assim, uma abordagem de envelhecimento saudável (ou envelhecimento ativo) tem como objetivo desenvolver e preservar pelo maior tempo possível as capacidades, físicas, cognitivas, assim como relacionais que contribuem para a independência, dignidade e autorrealização do idoso. Ou seja, que dão mais qualidade aos anos de vida que temos vindo a ganhar.

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Prevenir a diabetes na pessoa idosa

Com uma esperança média de vida de 81 anos, Portugal é um dos países com maior longevidade no mundo. O primeiro lugar do pódio é contudo ocupado pelo Japão com 84 anos de esperança média de vida (dados OCDE, 2017).

O que dizem os estudos

Infelizmente, os números não são igualmente encorajantes quando falamos de esperança de vida saudável. Segundo o estudo Um Futuro para a Saúde (2015) realizado pela Fundação Calouste Gulbenkian, os portugueses eram, entre a União Europeia, os que menos esperança de vida saudável tinham, juntamente com húngaros, lituanos, letões e eslovacos.

 

Ainda de acordo  com mesmo estudo, e devido a patologias clássicas da idade sénior (como a doença de Alzheimer, a diabetes e a doença cardiovascular, entre outros), os homens e as mulheres portugueses apenas têm em média, respetivamente, 6 e 6,6 anos de vida saudável depois dos 65 anos. Em comparação, os noruegueses têm, respetivamente, 15,9 e 15,4 anos. As diferenças entre os portugueses e os escandinavos, são explicáveis, de uma forma simplista, devido aos diferentes níveis de rendimento, escolaridade e acesso a cuidados de saúde primários na infância e ao longo da vida.

 

O objetivo do atual Plano Nacional de Saúde (PNS 2012-2020) é aumentar a esperança de vida saudável em 30%,. Pretende expandir as possibilidades de o idoso se manter ativo e participante na sociedade, economia e mercado de trabalho.

Estratégias nacionais para promover o envelhecimento saudável

As linhas orientadoras da Direção-Geral de Saúde (DGS) para promover o envelhecimento saudável (ou envelhecimento ativo) na população diabética, como na população geral, são as seguintes:

 

  • Promoção de hábitos saudáveis (alimentação e atividade física, prevenção e controlo do tabagismo e a redução do consumo de álcool) principalmente através da literacia em saúde ao longo do ciclo da vida;

 

  • Capacitação dos profissionais de saúde para comunicação com a pessoa idosa numa perspetiva que favoreça o empoderamento e autocuidado;

 

  • Capacitação dos profissionais de saúde para gestão da plurimorbilidade típica da pessoa idosa;

 

  • Criação de ambiente saudáveis (ou estimuladores de hábitos saudáveis), como, por exemplo, através da criação de espaços públicos e redes de transporte com o objetivo de potenciar atividade física (preferindo andar a pé ou de bicicleta, por exemplo);

 

  • Criação de ambientes inclusivos e adaptados a todas as gerações – espaço público, transportes, habitação – através de medidas de design e tecnologia.
Referências
  • Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCED)

  • Direção-Geral de Saúde (DGS)

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