O que é a monitorização contínua da glicose?
A monitorização contínua da glicose é, hoje, uma realidade que pode ajudar os doentes a controlar melhor a glicemia. Eis tudo o que precisa de saber.
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A monitorização contínua da glicose é um termo que significa que, através de um dispositivo próprio, o doente pode estar continuamente a medir a sua glicemia, ou seja, a quantidade de açúcar no sangue – dia e noite.
Como assim, é possível fazer uma monitorização contínua da glicose?
Como sabemos, a glicemia é uma variação, não um valor fixo, ao longo do tempo: como curvas que sobem e descem de forma lenta ao longo do dia mas, que nunca devem atingir picos muito altos ou muito baixos.
O interesse da medição contínua prende-se sobretudo com:
1. o facto de se conseguir analisar a glicose a qualquer altura, nesse mesmo instante;
2. poder conhecer a evolução na alteração dos valores ao longo do dia (jejum, antes e depois das refeições, consoante a atividade física, etc.) ajudando a perceber, por exemplo, quanto tempo a glicemia demora a atingir valores mais altos ou mais baixos, como ela se altera durante a noite, entre outras conclusões;
Isto permite, acima de tudo, identificar padrões que são depois muito importantes para o seu médico ajustar a terapêutica e as alterações do estilo de vida que melhor se adequam ao seu caso.
Como funciona e como utilizar
O aparelho de medição contínua da glicose funciona geralmente através de um pequeno sensor que é colocado por debaixo da pele, geralmente na barriga ou no braço. O sensor mede um parâmetro chamado de glucose intersticial – a glicose que está, não no sangue, como habitualmente, mas no líquido que se encontra entre as células.
Assim, a maioria dos medidores contínuos segue a glicemia com um atraso de 5 a 10 minutos. Este atraso é mais notório em situações em que a glicemia muda rapidamente, como acontece por exemplo durante a prática de exercício físico ou após as refeições. Nessas alturas, a medição no fluido intersticial poderá não refletir os valores de glicose no sangue e indicar, erradamente, situações de hipoglicemia ou hiperglicemia iminentes, por isso deverá recorrer ao teste da picada no dedo.
Em intervalos de apenas minutos, o sensor faz a sua medição. Depois, através de ondas de rádio, transmite essa informação para o aparelho de medição (muito semelhante ao aparelho tradicional, por vezes até o mesmo). O sensor permite ainda enviar esta informação diretamente para o smartphone ou tablet, onde são recolhidos numa APP e aí podem ser trabalhados de formas ainda mais diversas.
Como inserir o medidor?
1. Aplicar o sensor na parte posterior e superior do braço, mas, numa zona limpa que não seja dobrada durante as atividades normais do dia a dia;
2. Limpar com um toalhete com álcool a área e esperar que o mesmo seque;
3. O sensor vem com um dispositivo de aplicação à parte – utilize as instruções do manual para o colocar;
4. Ouvirá um clique e sentirá uma pequena picada;
5. Ao retirar, verá que um pequeno disco branco está agora colado ao seu braço. De forma a não retirar o mesmo, garante que está bem preso;
6. Por vezes, pode ocorrer um ligeiro sangramento normal. No entanto, se o mesmo não parar, retire de imediato o sensor e se necessário contacte o seu médico;
7. Para medir a glicemia, depois dos ajustes iniciais, basta encostar o aparelho de medição ao sensor e verá a leitura imediata no ecrã.
Vantagens. E também desvantagens…
Como várias das ferramentas que já utiliza para manter um controlo correto da diabetes no seu dia a dia, também os dispositivos de medição contínua têm as suas vantagens e desvantagens:
Os benefícios são por exemplo:
- Medição dia e noite dos valores glicémicos;
- Como é tão simples de verificar a glicemia, pode perceber as suas alterações em alturas do dia em que simplesmente nunca pensaria fazer uma medição;
- Pode ver como a sua glicemia varia durante a noite;
- Pode estabelecer facilmente padrões, o que lhe permitirá estabelecer estratégias de controlo mais eficazes – e controlar melhor os níveis de HbA1c ou diminuir a quantidade de hipoglicemias;
- Não terá de fazer tantas picadas no dedo;
- Pode programá-lo para fazer soar um alarme quando os níveis estão baixos ou altos.
Aquilo que não é tão bom passa por:
- Demasiada informação pode confundi-lo ou deixá-lo ansioso;
- Não evita fazer medições regulares com picada no dedo;
- Pode sentir que ter o sensor lhe traz algum desconforto ou causar-lhe irritação;
- Precisa de se sentir motivado para tirar ao máximo partido das funcionalidades do sensor – e, consequentemente, utilizá-las para melhorar a gestão da sua diabetes.
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