Tipos de tratamentos para a diabetes
Tal como existem vários tipos de diabetes, também existem vários tipos de tratamentos para a diabetes. Mediante a avaliação da doença e do doente (nomeadamente, peso, nível de atividade física e estado geral de saúde), é possível determinar qual o tratamento mais indicado para cada caso.
Uma vez que se trata de um doença crónica, os tratamento para a diabetes não têm como objetivo a cura, mas sim «conseguir um controlo metabólico ótimo, minimizando as complicações da diabetes causadas pelas oscilações da glicemia (níveis de açúcar no sangue)», explica a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP).
Tratamentos para a diabetes
João Jácome de Castro, médico endocrinologista, indica os principais tratamentos para diabetes e em que casos são mais indicados.
Antidiabéticos não insulínicos
Dividem-se em metformina, inibidores da PP4, inibidores SGLT2, agonistas GLP1, sulfonilureias, glitazonas e acarbose. «As sulfonilureias, glitazonas e acarbose perderam relevo, pois são fármacos menos seguros e com mais efeitos secundários do que as restantes classes, mais recentes. Estas são mais potentes e conduzem a maior perda de peso», elucida João Jácome de Castro.
Em caso de diabetes, recém-diagnosticada, pouco descompensada, em que o doente é cumpridor, perde peso e inicia a atividade física, é possível, por vezes, deixar de tomar remédios ou reduzir a toma. Mas se o organismo e o pâncreas estiverem exaustos, o mais habitual é haver uma escalada progressiva de medicamentos», indica o médico endocrinologista.
Insulina
«Há vários tipos de insulina: a de ação rápida (injetada às refeições) e de ação lenta (injetada uma a duas vezes por dia). No caso da diabetes tipo 2, esta é injetada entre 1 e 5 vezes por dia, e no caso da diabetes tipo 1, até 6 vezes por dia. Há cada vez melhores insulinas: mais seguras, com perfis fisiológicos que provocam menos hipoglicemias e menores aumentos de peso», explica João Jácome de Castro.
Em determinados casos de pessoas com diabetes tipo 1, existe ainda a opção da terapêutica com bombas de infusão de insulina. «Constitui, atualmente, o padrão mais elevado no tratamento subcutâneo com insulina». Pode ser indicado a doentes que estão a fazer insulinoterapia intensiva, com múltiplas administrações de insulina por dia, que não conseguem ter um controlo aceitável da glicemia.
Transplante de pâncreas e/ou rim
«É considerado nos casos de diabetes tipo 1 em que existem progressivas e graves complicações, nomeadamente, insuficiência renal terminal com degradação da qualidade de vida. O objetivo do transplante é a independência do tratamento com insulina, a melhoria na qualidade de vida e reduções das complicações secundárias da diabetes.
No transplante pancreático isolado ou renal em simultâneo, é necessário tratamento de imunossupressão para o resto da vida, para prevenir processos de rejeição e reações autoimunes. A taxa de sobrevida em transplante simultâneo de pâncreas e rim, sem necessidade de insulinoterapia, glicemia e jejum normal e controlo do valor da hemoglobina A1C, está acima dos 50 %», esclarece o especialista.
Condições para ser candidato a transplante
O transplante de pâncreas e/ou de rim é um dos possíveis tratamentos para a diabetes tipo 1. Contudo, para que possa ser realizado, é necessário que o candidato cumpra determinados parâmetros:
- Ter até 55 anos de idade (o limite depende dos centros de transplantação).
- Taxa de filtração glomerular inferior a 20 mL/minuto ou que dependência de diálise.
- Doseamentos de peptídeo C baixos, inferiores a 0,25 mg/mL.
- Não ter dependências de drogas ou de álcool.
- Não ter doença psiquiátrica descompensada.
Revista Prevenir