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As novas tecnologias amigas dos idosos

Envelhecer com qualidade é uma preocupação cada vez maior na sociedade portuguesa, sobretudo num país com uma das taxas mais elevadas de envelhecimento na Europa. Apresentamos-lhe os últimos avanços tecnológicos que podem facilmente ser integrados no dia a dia da população sénior e dos seus cuidadores, tornando mais simples, seguras e saudáveis as suas rotinas diárias.

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), 1 em cada 5 portugueses tinha mais de 65 anos, em 2016, o que faz de Portugal um dos países mais envelhecidos da União Europeia. O INE também prevê que, dentro de 60 anos, quase metade da população portuguesa tenha mais de 65 anos. Neste sentido, as novas tecnologias de saúde direcionadas para este grupo etário começam a desenvolver-se e a ganhar cada vez mais importância. Algumas estão formatadas para solicitar assistência médica, à distância, em caso de urgência. Outras auxiliam os idosos na toma de medicamentos, relembrando-os, por exemplo, dos horários a que devem tomar a medicação. Existem ainda aplicações que ajudam os seniores a manterem-se ativos no dia a dia, bastando que, para isso, estejam ligados a uma rede de internet.

Novas tecnologias que podem fazer a diferença

Os serviços de GPS

O sistema GPS existe há décadas, mas nos últimos 10 anos, o avanço da tecnologia permitiu melhorar a precisão da localização. Assim, o GPS pode ser uma ferramenta bastante útil, por exemplo, para localizar idosos com demência ou doença de Alzheimer. De acordo com a Alzheimer’s Association, «mais de 60% das pessoas com Alzheimer ou outra forma de demência perdem-se», sendo importante que sejam encontrados dentro de um período de 24 horas para prevenir acidentes que, por vezes, podem ser graves. Atualmente, existem empresas que produzem rastreadores GPS que podem ser colocados na roupa ou nas solas dos sapatos, de forma a que os idosos os tenham sempre com eles, independentemente do lugar para onde vão.

 

Câmaras e sensores

 

As câmaras podem ser especialmente úteis quando o objetivo é monitorizar a atividade dos cuidadores, para evitar situações de de negligência. O National Council On Aging (NCOA) revelou que 1 em cada 10 adultos com mais de 60 anos enfrenta algum tipo de abuso, seja físico ou emocional. A mesma instituição alerta que, todos os anos, «5 milhões de idosos sofrem algum tipo de abuso e que apenas um em cada 14 casos é relatado às autoridades».

 

A instalação de câmaras pode ajudar a identificar estes casos, assim como servir de elemento dissuasor de determinadas situações de risco. A instalação de câmaras também pode ajudar os profissionais de saúde a controlar a atividade de idosos com problemas de saúde, permitindo observar os hábitos à distância. Para os idosos que não gostam da invasão de uma câmara, existe a alternativa dos sensores. Estes pequenos dispositivos tecnológicos, sem fios, podem acompanhar a atividade de uma pessoa e, perante qualquer alteração na atividade, como não sair da cama num determinado horário ou não entrar na casa de banho até determinada hora, podem enviar uma notificação automática (via texto, telefone ou e-mail) para os familiares e/ou cuidadores.

 

Aplicações para smartphone e «assistentes virtuais»

 

As aplicações desenvolvidas para smartphones e smartwatches são um dos maiores avanços da tecnologia dos últimos anos e podem ajudar os idosos e os cuidadores de várias formas. Com qualquer smartphone os cuidadores e os idosos podem programar rotinas como a toma de medicamentos ou registar dados médicos como a frequência cardíaca, além de também funcionarem como um sistema de geolocalização em tempo real. Através de aplicações no smartphone ou smartwatch, é possível registar as informações pessoais ao longo do tempo, assim como a sua partilha com médicos, fornecendo dados essenciais que vão permitem monitorizar a saúde, mobilidade ou os efeitos dos medicamentos a longo prazo. Outras aplicações ajudam as pessoas a manterem-se atualizadas e informadas.

 

No «universo» de aplicações disponíveis nas lojas virtuais como o Google Play ou a App Store, existem várias aplicações de jornais, livros e revistas em formato digital. Existem ainda os «assistentes virtuais», como Siri, Alexa ou Google Assistant. Estes sistemas estão em franco desenvolvimento, podendo, na maioria dos casos, ser acionados por voz, tornando a sua utilização bastante cómoda.

 

Medicamentos «inteligentes»

 

Um estudo norte-americano recente concluiu que, entre 2011 e 2014, quase 40% dos idosos tiveram de tomar 5 ou mais medicamentos prescritos, diariamente, durante um período de 30 dias. O número de medicamentos prescritos pelos médicos pode dificultar a toma rigorosa dos mesmos. Felizmente, nos dias de hoje, existem tecnologias que ajudam a relembrar quais os fármacos e quais os horários das tomas, permitindo uma gestão eficaz das terapêuticas.

 

Por outro lado, também já foram desenvolvidos «frascos inteligentes», capazes de conectar os medicamentos aos médicos e às farmácias. Estes aparelhos têm ainda a capacidade de fornecerem dados sobre a frequência com que os doentes tomam os seus medicamentos, monitorizando a terapêutica. Estes «frascos inteligentes» também podem enviar sinais, como uma mensagem de texto ou um telefonema, informando os idosos de que está na hora de tomar a medicação, caso eles se esqueçam.

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Referências
  • Revista pH

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