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Diabetes e comichão no corpo: porque acontece?

A diabetes pode causar sintomas na nossa pele, entre eles a comichão. Hoje falamos um pouco sobre o porquê e o que pode fazer.

A diabetes é uma doença crónica que interfere com vários órgãos do nosso corpo. Um deles é a pele, sendo que existem algumas manifestações tipicamente associadas à doença, como a dermatopatia diabética ou a acantose nigricans. No entanto, outros sintomas menos discutidos possuem muitas vezes um impacto importante na qualidade de vida. Hoje vamos abordar a comichão, também designada por prurido. Apesar de não ser uma manifestação frequentemente falada, vários estudos apontam para que até 50% das pessoas com diabetes possam ter queixas de comichão durante a sua vida.

Comichão: o que significa

Quando existe comichão, a primeira abordagem deve ser distinguir entre comichão generalizada ou localizada. Quando é localizada está normalmente associada a lesões ou infeções limitadas na pele. Já a generalizada pode estar associada não só a problemas de pele, como a doenças sistémicas, envolvendo por exemplo o fígado ou baço. Antes de pensarmos na comichão como sintoma da diabetes, é muito importante excluir outras causas, pelo que deve sempre consultar o seu médico assistente aquando do aparecimento deste sintoma.

Diabetes e comichão no corpo: porque acontece?

A razão não é ainda totalmente clara. Apesar disso, assume-se que a comichão esteja relacionada com lesões nas fibras nervosas (os nervos) responsáveis por processar e transmitir a sensação de prurido. Esta complicação da diabetes é conhecida como neuropatia diabética.

 

Os nervos periféricos são responsáveis por enviar ao cérebro os vários sinais percecionados pelo nosso corpo. O dano das fibras nervosas na diabetes advém principalmente do mau controlo glicémico, ou seja, do estado constante de hiperglicemia (excesso de açúcar no sangue), levando a alterações motoras e da sensibilidade, como formigueiro e comichão. A neuropatia diabética é uma complicação muitas vezes tardia, e consiste em sinais e sintomas de disfunção dos nervos, em pessoas com diabetes, sem que outras causam o justifiquem.

 

A comichão também está associada à xerose cutânea (isto é, pele seca) e à má circulação. Ambas as condições podem ocorrer na diabetes, não só pelo impacto do excesso de açúcar nos nervos como nos vasos sanguíneos.

Como tratar?

O tratamento da comichão envolve uma hidratação regular da pele, com emolientes e cremes anti-prurido. O seu médico assistente ou dermatologista saberão aconselhá-lo quanto aos produtos a utilizar, já que existem diversos no mercado. Caso não seja suficiente, poderá ser necessário recorrer a cremes com corticoides ou a anti-histamínicos orais.

 

Para além dos cuidados básicos da sua pele, na diabetes é essencial manter um bom controlo glicémico para, assim, evitar ou atrasar o aparecimento de complicações. Atingir um controlo glicémico adequado passa por cumprir uma dieta saudável, fazer exercício físico regular e tomar a medicação prescrita pelo seu médico. Deixar de fumar é também importante, não só pelos malefícios que o tabaco representa para diversos órgãos, incluindo a pele, como também por estudos revelarem que o tabagismo piora a sensação de comichão nas pessoas com diabetes.

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Como cuidar da pele na diabetes?

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Referências
  • The British Journal of Diabetes

  • Shevchenko ABS, et al., 2018.

  • American Diabetes Association (ADA)

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