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O impacto do tabagismo na diabetes

O hábito de fumar tem efeitos em quase todos os órgãos do nosso corpo, a curto e longo prazo. Mas qual a relação com a diabetes? O tabagismo aumenta a probabilidade de desenvolver diabetes? Venha descobrir as respostas.

Existem inúmeras doenças para as quais o tabagismo é fator de risco. No entanto, atualmente, ainda existem milhões de fumadores. Sabe-se que o tabaco interfere de forma significativa na diabetes, uma das doenças crónicas mais frequentes em Portugal. Venha compreender porque não deve começar a fumar. Ou deve parar já de o fazer.

 

Os malefícios do tabaco vão desde a nossa aparência, à nossa saúde cardiovascular, respiratória, passando pela nossa esperança média de vida.

Afinal, o que é o tabagismo provoca no nosso corpo?

 

Aparência

 

  • Perda de brilho no cabelo.
  • Manchas amarelas/acastanhadas nos dedos, dentes e língua.
  • Pele mais flácida e com mais rugas.
  • Mau hálito.

 

Doenças respiratórias

 

  • Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica: uma doença séria e incapacitante que limita a entrada de ar nos pulmões. O tabagismo é o fator risco mais importante para esta doença.
  • Asma: sabe-se que o tabagismo está associado a maior risco de desenvolvimento de asma e de agravamento da mesma nos doentes asmáticos que fumam.

 

Doenças cardiovasculares

 

Fumar aumenta o risco de coágulos no sangue, que podem ir para o coração, cérebro ou pernas. Assim, aumenta o risco de enfarte agudo de miocárdio e de acidente vascular cerebral (AVC). Estes eventos podem ter efeitos catastróficos na independência, qualidade de vida e saúde dos doentes.

 

Cancro

 

O tabaco é responsável pela maioria dos casos de cancro do pulmão. Mas não se restringe a este órgão! Pode causar cancro da língua, boca, nariz, esófago, tiroide, estômago, pâncreas, órgãos genitais, entre outros.

 

Infeções

 

Fumar diminui a nossa resposta imunitária, diminuindo as nossas defesas contra infeções causadas por vírus ou bactérias. Assim, quem fuma pode adoecer mais devido a esta causa.

 

Problemas na boca

 

O tabagismo aumenta o risco de infeções na gengiva, perda de dentes e perda de sensibilidade dentária.

 

Perda de audição

 

Fumar reduz o fluxo de sangue para o ouvido interno. Assim, fumadores podem perder a audição mais cedo do que não-fumadores.

 

Perda de visão

 

O tabagismo danifica o olho e, em suma, pode levar a uma doença responsável por cegueira – a degenerescência macular.

 

Problemas de fertilidade

 

Fumar pode dificultar à mulher engravidar. Bem como causar alterações do esperma no homem.

 

Osteoporose e menopausa

 

Fumar é fator de risco para desenvolver osteoporose. Por outro lado, nas mulheres, pode causar menopausa mais cedo do que nas não-fumadoras.

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Como deixar de fumar sozinho?

O tabaco provoca diabetes?

Além de todas aquelas doenças, sim, o tabaco é fator de risco para desenvolver diabetes. Isto acontece por diversos mecanismos no nosso corpo – inflamação, dano nos tecidos e nos vasos, redução de produção insulina, aumento peso/obesidade, entre outros.

 

Assim, sabe-se que o risco de desenvolver diabetes tipo 2 é 30-40% maior nos indivíduos fumadores. Apesar desta relação não estar ainda completamente explicada, sabe-se que períodos de tabagismo intenso favorecem a ocorrência de períodos de maior quantidade de açúcar no sangue (hiperglicemia) e de tensões arteriais altas.

 

A título de exemplo, homens que fumam mais do que 2 maços de cigarros por dia têm 45% maior risco de desenvolver diabetes do que homens que nunca fumaram. No caso das mulheres, o risco é 75% maior, nas mesmas circunstâncias.

 

Mas o risco não está restrito apenas aos fumadores ativos. Também os indivíduos expostos ao fumo do tabaco (tabagismo passivo) têm maior risco de desenvolver a doença. Por isso, se fuma em espaços que partilha com a sua família (casa, carro, etc.) está a aumentar o risco de diabetes nos seus familiars.

Quanto mais fumar, maior o risco?

Sim, a relação entre o tabagismo e a diabetes tem vindo a ser provada ser dose-dependente, o que implica que quanto mais fuma, maior o seu risco de desenvolver esta doença crónica.

Os doentes diabéticos que fumam

Para os doentes com diabetes, fumar está associado a maior risco de eventos cardiovasculares (AVC, enfarte agudo de miocárdio) e morte. Ademais, sendo diabético, o ato de fumar aumenta o seu risco de morte em 48%.

 

Além disso, as complicações da diabetes – neuropatia, nefropatia e retinopatia (alterações neurológicas, no rim e no olho), que podem ser prevenidas com um bom controlo da doença, surgem mais precocemente nos fumadores.

 

No caso da doença do rim, a progressão para estádios terminais é mais comum nos fumadores.

E se deixar de fumar?

A longo prazo, a cessação tabágica reduz o risco de desenvolver a doença bem como de sofrer eventos cardiovasculares nos doentes diabéticos.

 

Abandonar o tabagismo é uma das medidas mais importantes para prevenir as complicações da diabetes, sendo o risco igual aos não-fumadores após 5 anos de cessação tabágica nas mulheres e 10 nos homens. Como vê, vai sempre a tempo!

 

Afinal, apesar da maior parte dos malefícios do tabaco serem conhecidos, a sua relação com esta doença crónica não é tão divulgada. Desta forma, tem mais informação ao seu dispôr para deixar o tabagismo de lado. Ao evitar fumar está a prevenir desenvolver diabetes.

 

E já sabe, o nossa comunidade Diabetes 365º está à sua espera!

Referências
  • Australian Government (Department of Health)

  • Śliwińska-Mossoń M, et al. (2017).

  • Zhu P, et al. (2017).

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