Peso saudável: IMC e diabetes
Manter um peso saudável é importante para prevenir e tratar a diabetes tipo 2. Descubra o que é o Índice de Massa Corporal (IMC) e como o usar.
Apesar de as causas da diabetes tipo 2 ainda não serem completamente compreendidas, há fatores de risco conhecidos que podem aumentar a probabilidade de ter a doença. Um deles é o excesso de peso ou a obesidade. E é aqui que entra o conceito de Índice de Massa Corporal (IMC): o IMC na diabetes pode ser uma boa forma de ajudar a saber se está num peso adequado à sua altura.
O que é o IMC e como calcular?
Criado por Adolphe Quetelet, um matemático belga nascido em 1796, o IMC pode ser calculado rapidamente e dá-nos uma ideia se estamos num peso saudável, adequado à nossa altura.
O cálculo é simples: basta dividir o seu peso (em quilogramas) pelo quadrado da sua altura (em metros). Vamos a um exemplo prático: uma pessoa que tenha 90 kg e uma altura de 1,77 deverá então fazer o seguinte cálculo:
IMC = 90 / (1,77 x 1,77) = 28,7
Uma vez tendo o valor do seu IMC, resta-lhe procurar a categoria em que se insere.
O que significa o meu valor de IMC?
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o IMC subdivide-se nas seguintes categorias:
- < 18,5: Abaixo do peso
- 18,5 – 24,9: Peso normal
- 25,0 – 29,9: Excesso de peso
- 30,0 – 34,9: Obesidade (Grau I)
- 35,0 – 39,9: Obesidade (Grau II)
Assim sendo, no exemplo dado, a pessoa com peso de 90 kg e altura de 1,77 m (IMC = 28,7) estaria com excesso de peso.
Considerações sobre o Índice de Massa Corporal
Ainda que o IMC seja muito utilizado, o seu uso dá-nos apenas uma indicação da probabilidade de uma pessoa estar abaixo do peso, num peso saudável ou acima do peso. Ainda que exista uma correlação entre o IMC e a gordura corporal, esta ferramenta não é suficiente para ter uma resposta precisa sobre se está no seu peso mais saudável. Porquê?
Em primeiro lugar, o IMC tem apenas em conta o peso e a altura. Sabe-se, contudo, que há outros fatores que influenciam o conceito de peso ideal: como a quantidade de músculo ou gordura que a pessoa tem. Ainda que um homem e uma mulher tenham o mesmo IMC, os homens tendem a ter mais músculo e menos gordura do que as mulheres.
Além disso, o IMC não tem em conta a idade: tendencialmente, uma pessoa mais idosa tem mais gordura do que um jovem adulto. Mas como o índice de massa corporal não diferencia entre músculo e gordura, se um idoso e um jovem tiverem o mesmo peso e altura, terão o mesmo IMC, apesar de a composição dos seus corpos ser diferente. Outro caso em que o índice de massa corporal pode não refletir a realidade são os desportistas, que tendem a ter muito mais massa muscular do que massa gora (e ainda assim têm um IMC alto).
Além disso, é normal que a composição corporal mude em determinadas fases da vida: na gravidez e lactação o corpo da mulher muda. É por isso que o índice de massa corporal não é uma ferramenta adequada para as grávidas.
Por isso, não deixe de ter em conta outras medições importantes: avalie também a gordura corporal, a massa muscular e o perímetro abdominal.
O que sabemos sobre o IMC na diabetes?
Manter um peso saudável é fundamental quer para a prevenção, quer para o tratamento da diabetes tipo 2. Segundo Diabetes.co.uk, acredita-se que a obesidade seja responsável por 80 a 85 % do risco de ter diabetes tipo 2. Além disso, e de acordo com a mesma fonte, quem tem obesidade tem uma probabilidade 80 vezes maior de desenvolver diabetes tipo 2, comparativamente a quem tem um IMC inferior a 22.
De acordo com um estudo publicado em 2016 que analisou informação de uma base de dados de cerca de 12 000 doentes americanos, entre 1991 e 2010, ter um índice de massa corporal apenas moderadamente elevado foi ainda assim associado com um risco mais elevado de ter complicações da diabetes.
Diabetes Canada
Diabetes.co.uk
World Health Organization (WHO)
Gray N, et al., 2016.