Porque é que tremoços podem ser o snack ideal?

Falar de diabetes é falar de uma alimentação saudável e com escolhas equilibradas. É o maior desafio, mas também boa parte do tratamento da doença! Afinal, a alimentação ajuda a controlar os níveis de glicemia e os fatores de risco associados como, por exemplo, a obesidade, os níveis elevados de colesterol e a hipertensão. Porque aí desse lado tem de fazer a gestão do seu estado de saúde, são muitas as dicas, no que diz respeito ao estilo de vida. Bem sabemos que acaba por estar sempre a ouvir «beba mais água», «faça mais caminhadas», «inclua frutas e vegetais», «esteja de olho nos açúcares». E é, por isso, que decidimos procurar recomendações menos convencionais. Fomos descobrir uma sugestão de muitos nutricionistas, acolhida por desportistas e por quem está habituado a «fazer dietas» : os tremoços.

Um pouco de informação sobre os tremoços

Em Portugal, o nome deriva do árabe al-turmus revelando a origem da tradição do consumo no nosso país. O tremoço é a semente contida na vagem do fruto de uma planta – o tremoceiro (género Lupinus) – e apresenta um aminoácido e alcaloides neurotóxicos. Estes são eliminados depois de cozido e coberto com água. Esta água deve ser mudada com frequência durante vários dias até perder o seu amargo original (com a eliminação dos alcalóides) e, só depois, pode ser consumido.

Mas não se fica por aqui! A maioria destas plantas da família das fabáceas tem a propriedade de fixar azoto nos solos, podendo ser usada como fertilizante natural, o que permite reduzir a utilização de adubos. É isso mesmo, a planta do tremoço é amiga do ambiente.

O segredo está no tremoço?

Pode não parecer, mas esta pequena leguminosa tem propriedades nutricionais muito interessantes para a saúde. O tremoço é um alimento com um reduzido valor energético (cerca de 70kcal num pires de 60g), o que o faz dele um aperitivo muito especial. Além disso,  é composto por cerca de 16 g de proteínas por 100 g, com uma boa qualidade e digestibilidade e 5% de fibra. E há mais: é pobre em gordura (cerca de 2% da sua composição) sendo esta, sobretudo, mono e polinsaturada. Contêm ainda vitaminas, com destaque para o folato em quantidades substanciais, e sais minerais, como o cálcio, o potássio, o manganésio, o ferro e o zinco.

A fibra e a presença de fitoquímicos no tremoço tem um papel ativo na regulação do colesterol e glicemia, bem como regulação e proteção da flora intestinal. É isento de glúten e é uma das principais fontes vegetais de proteína existentes (e menos irritante para o estômago quando comparado com a soja, por exemplo).

Todas estas características fazem do tremoço um alimento saciante (ótimo para a redução do apetite). Além disso, para alguns, pode mesmo ser considerado um alimento funcional. Com este perfil de vantagens, é fácil perceber o porquê de, cada vez mais, os tremoços serem recomendados por nutricionistas. O único inconveniente do tremoço é a elevada quantidade de sal usado na sua conservação. Mas que, pode facilmente ser resolvido, passando os tremoços por água corrente ou demolhando antes do seu consumo. Em casa, deve conservá-los no frigorífico, imersos em água com sal.

Dicas para incluir mais o tremoço

Como é uma leguminosa tão conhecida dos portugueses, é fácil passar a fazer parte do seu dia a dia, ou não fosse já um snack «viciante» na esplanadas:

• substitua as entradas (o habitual pão ou salgados) por um pires de tremoços demolhados;
• acrescente o tremoço às suas saladas;
• para acrescentar sabor, conserve-os com ervas aromáticas (orégãos, por exemplo);
• faça um patê de tremoço.

Já começam a surgir várias opções culinárias no mercado que usam o tremoço. Por exemplo, hambúrgueres com tremoço e a farinha do tremoço, utilizada para preparar pão e bolachas ou pastéis. Uma vez descoberto o segredo, fica para a sua criatividade na cozinha, usar este alimento tão especial e «nacional» que contribui para uma alimentação saudável na diabetes.

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