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Pré-diabetes: um sinal para reforçar a prevenção

Chama-se pré-diabetes mas pode nunca vir a ser mais do que isso. Por outro lado, é um dos principais fatores de risco para o aparecimento de diabetes.

A pré-diabetes é um problema que é importante discutir e sobre o qual é necessário estar atento até porque, com as medidas certas, a prevenção da diabetes, bem como a regressão da própria pré-diabetes são possíveis. 

 

A pré-diabetes, também conhecida por hiperglicemia intermédia, é um problema de saúde em que as pessoas apresentam níveis de glicose no sangue (glicemia) acima do valor normal, mas não tão elevados assim que se possam classificar de diabetes. 

 

O maior problema da pré-diabetes é que ela é um dos principais fatores de risco para a diabetes, além de ser também um fator de risco para as doenças cardiovasculares. 

 

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Pré-diabetes: um sinal para reforçar a prevenção

Seja Pré-diabetes ou Hiperglicemia Intermédia – de que estamos a falar?

Quando se fala de pré-diabetes podemos estar a falar de acontecimentos de 2 tipos, ainda que possam ocorrer em simultâneo: 

 

  • Anomalia da glicemia em jejum, ou seja, quando em jejum, mede-se a quantidade de açúcar no sangue e esta está acima do que seria normal

 

  • Tolerância diminuída à glicose – ou seja, depois de comer (2h, sensivelmente) os valores continuam mais altos do que seria de esperar, o que significa que a glicose não foi tratada pelo corpo como deveria ser. 

 

O diagnóstico da pré-diabetes é feito por análises ao sangue ou através da Prova de Tolerância à Glicose Oral (PTGO), que implica a ingestão de uma grande quantidade de açúcar seguida de várias medições espaçadas no tempo para perceber como varia a glicemia nesse período. 

 

Para haver um diagnóstico, o médico terá em conta os seguintes valores, recomendados pela Direção-Geral de Saúde (DGS):

 

  • Anomalia da Glicemia em Jejum – medição de uma glicemia em jejum entre ≥ 110 mg/dL e < 126 mg/dL (ou ≥ 6,1 e < 7,0 mmol/L).

 

  • Tolerância Diminuída à Glicose – glicemia às 2 horas após a ingestão de 75 g de glicose entre ≥ 140 mg/dl e < 200 mg/dl (ou ≥ 7,8 e < 11,1 mmol/l).

 

Mais de metade das pessoas com pré-diabetes é diagnosticada com recurso à realização da Prova de Tolerância à Glicose Oral (PTGO).

A pré-diabetes cá em Portugal

Em 2015, a pré-diabetes atingia, segundo números do Observatório Nacional da Diabetes, 27,4 % da população portuguesa, nas pessoas entre os 20 e os 79 anos (2,1 milhões de indivíduos). Estes distribuem-se da seguinte forma:

 

  • Anomalia da Glicose em Jejum – 10,4%.
  • Tolerância Diminuída à Glicose – 14,3%.
  • Anomalia da Glicose em Jejum + Tolerância Diminuída à Glicose – 2,7%.

 

Através destes números chega-se a uma conclusão preocupante: entre pré-diabéticos e diabéticos, a doença afeta quase 41% da população portuguesa, mais uma vez entre os 20 e os 79 anos. São mais de 3,1 milhões de indivíduos.

 

Ainda que a pré-diabetes seja muito mais comum entre adultos de meia-idade e com excesso de peso, está hoje em crescimento exponencial em faixas etárias mais jovens, em grande medida devido a hábitos de saúde pouco recomendáveis– sedentarismo e alimentação desequilibrada, por exemplo. 

 

Ainda assim, no caso dos adolescentes, a probabilidade de responder de forma positiva ao tratamento é superior à dos adultos. Isto porque têm outras motivações para adotarem um estilo de vida diferente, têm mais disponibilidade e menos stresse do que os restantes. Ainda que o melhor caminho seja optar pela prevenção, pelo menos sabemos que, em vários casos, a reversão total é possível. 

 

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Diabetes infantil: é possível prevenir?

Saber que se tem uma coisa que não se sente

Na pré-diabetes, os doentes podem ser assintomáticos, ou seja, não apresentam sintomas. O que à partida pode parecer bom, na prática leva a que 9 em cada 10 desconheçam que sofrem desta patologia, tornando-se importante estar alerta para os sintomas clássicos da diabetes.

 

Para reverter esta condição, assim como para tratar a diabetes tipo 2, a perda de peso é fundamental. Para tal, é essencial: 

 

  • Praticar exercício de forma regular.
  • Perder o excesso de peso.
  • Seguir uma alimentação equilibrada incluindo vegetais, fibras e frutas.
  • Evitar as gorduras e os hidratos de carbono refinados.
  • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas.
  • Aumentar o consumo de água.

 

Acima de tudo, lembre-se: a diabetes é uma doença grave e incapacitante. Na pré-diabetes ainda está muito a tempo de reverter a situação. E do que depende de si, há muito que pode fazer! 

 

Referências
  • Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD)

  • Saúde Online

  • Grupo de Saúde Lusíadas

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