Vantagens de diagnosticar mais cedo a diabetes
Se por um lado mais vale tarde que nunca, a verdade é que quanto mais cedo melhor. Neste artigo, entenda a importância de diagnosticar mais cedo a diabetes.

Em termos muito gerais, a diabetes é uma doença crónica. Significa que é para a vida. Caracteriza-se por uma incapacidade do organismo em metabolizar (utilizar) o açúcar no sangue (glicose). Uma vez diagnosticada, não tem cura. No entanto, quanto mais cedo começar a ser controlada, menos consequências graves terá. Além disso, existe uma condição chamada pré-diabetes que, essa sim, é possível reverter se detetada a tempo. Por isso, além de um estilo de vida equilibrado, é muito importante fazer check-ups e análises sanguíneas regularmente. Diagnosticar mais cedo a diabetes significa a possibilidade de uma vida mais longa, com melhor qualidade.
As consequências da diabetes
Cerca de 10% da população portuguesa tem diabetes. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que em todo o mundo esta epidemia continue a aumentar, sendo a causa direta de cerca de 1,6 milhões de mortes por ano.
Além da elevada prevalência, a diabetes tem consequências graves na saúde dos doentes. Principalmente porque leva ao desenvolvimento de muitas outras patologias (as chamadas comorbidades). Isto diminui a qualidade de vida das pessoas, que têm de viver com inúmeras complicações. Além de aumentar significativamente o risco de morte antes dos 70 anos.

Daí que seja extremamente importante prevenir e controlar a diabetes. Em ambos os casos, as alterações ao estilo de vida são uma grande ajuda:
- atingir um peso saudável,
- praticar regularmente atividade física,
- fazer uma dieta equilibrada, pobre em açúcar e gorduras saturadas.
No caso de existir um diagnóstico de diabetes, além destes cuidados, será obviamente necessária a toma da medicação prescrita pelo médico.
Mas afinal, o que é que leva a tantas consequências?
Ao ser uma doença cuja principal característica é um excesso de glicose (açúcar) em circulação no sangue, a diabetes afeta todas as partes do nosso corpo. O excesso e a acumulação de açúcar que não é utilizado, danifica as nossas células. Por isso, causa danos:
- +nos nervos, levando à perda de sensibilidade;
- em órgãos como os rins, o coração ou o cérebro, levando a que estes percam as suas funções e ao aumento da ocorrência de AVCs e ataques cardíacos, pondo a vida em risco;
- nos membros como os pés e as pernas, podendo levar à necessidade de amputações;
- na capacidade de cicatrização das feridas, o que é uma porta de entrada para infeções que podem ser graves;
- nos olhos, podendo levar à cegueira…
A lista, numa diabetes não diagnosticada ou mal controlada, é interminável. E quanto mais tempo a pessoa tiver estes efeitos, mais danos sofrerá. Assim sendo, é fácil perceber que diagnosticar mais cedo a diabetes, só traz vantagens.
Como diagnosticar mais cedo a diabetes?
Seja qual for o seu estilo de vida, mais ou menos saudável e ativo, é importante ir ao médico regularmente. Ser observado, conversar um pouco sobre eventuais sintomas que possa ter e sobre a história familiar e, principalmente fazer análises de sangue e urina.
Afinal, apesar de a diabetes tipo 2 ser mais prevalente em pessoas obesas ou com excesso de peso e um estilo de vida sedentário, não significa que quem tem peso normal não possa vir a desenvolver a doença. Isto porque a diabetes não tem uma causa específica. Deve-se, isso sim, a um conjunto de fatores. Genéticos, ambientais e de comportamento. A única forma de ir monitorizando a sua saúde é então fazer estes check-ups pelo menos 1 vez por ano.
Pré-diabetes: um prelúdio?
Ao receber um diagnóstico de pré-diabetes, o melhor a fazer é respirar fundo. É uma chamada de atenção e não uma sentença. Um aviso de que é necessário fazer mudanças significativas, se se quer evitar ou adiar um diagnóstico de diabetes.
Por isso é que é tão importante estarmos atentos à nossa saúde. Antes do desenvolvimento da diabetes tipo 2, quase sempre existe uma fase de pré-diabetes. Normalmente, não se manifestam quaisquer sintomas. Nesta fase, os níveis de açúcar no sangue já são demasiado elevados. Só ainda não são o suficiente para se diagnosticar diabetes. O melhor é que ainda há tempo para reverter a situação.
Mesmo pequenas mudanças no estilo de vida podem ter um enorme impacto nos níveis de glicemia. Comer comida simples, natural, não processada. Evitar açúcares de adição e gorduras saturadas. Aumentar os níveis de atividade física – basta uma caminhada de 30 minutos por dia ao ar livre! Não tem de se ir inscrever no ginásio, a não se que goste e queira. E claro, seguir à risca as indicações do médico. Tudo vale a pena para evitar ou adiar o aparecimento da diabetes tipo 2. Por outro lado, se for mesmo detetada uma diabetes, seja de que tipo for, o melhor é aprender a controlá-la desde o início.
Diagnosticar mais cedo a diabetes: mais hipóteses de sucesso
A diabetes é uma doença progressiva. Ou seja, vai avançando e piorando se nada for feito para a controlar. Quanto mais tempo se passar sem fazer nada, piores as consequências um pouco por todo o corpo.
Por isso, mesmo sem cura, quanto mais cedo for diagnosticada, melhor. Após o diagnóstico, quanto mais cedo se começar o plano de tratamento e de alteração do estilo de vida, melhor também. Impedimos que a doença continue a avançar e que os danos ao nosso organismo sejam cada vez piores. Conseguimos uma vida mais longa e (quase) normal. E muitas vezes, ainda mais saudável do que a de muitas pessoas sem qualquer doença crónica.
Por fim, junte-se à comunidade Diabetes 365º!