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A importância da flora intestinal na diabetes

Muito se fala na importância da flora intestinal para o nosso bem-estar, mas será que esta tem também uma relação com a diabetes? Ora é precisamente sobre isso que fomos investigar para lhe trazer este artigo!

Estudos recentes sugerem que a flora intestinal pode de facto ter uma relação com a diabetes. Pensa-se que exerce um papel crucial na regulação da resistência à insulina, na nossa quantidade de massa gorda, no desenvolvimento de diabetes e na manutenção de um certo grau de inflamação. Mas o que é isso de flora intestinal? É precisamente por aí que vamos começar!

O que é a flora intestinal?

Também chamada de microbiota intestinal, é um conjunto de bactérias que vivem no nosso intestino. Embora este conceito possa parecer assustador, estas bactérias não são más. Pelo contrário, a sua presença é essencial para um intestino saudável. Assim sendo, a nossa flora intestinal tem várias funções cruciais estando, por exemplo, associada à imunidade e à digestão de alimentos.

 

O trato gastrointestinal humano contém milhares de microrganismos. Trata-se de uma diversidade única para cada indivíduo, variável ao longo do intestino e que resultam da interação entre fatores genéticos, ambientais e nutricionais. Contudo, embora estes microrganismos estejam presentes num organismo saudável, nem sempre estão no seu nível ótimo. Ou seja, podem surgir desequilíbrios que provocam o desenvolvimento de doença e/ou aparecimento de microrganismos causadores de doença.

 

Assim sendo, nossa alimentação é fundamental para a sua regulação, uma vez que, o excesso de gorduras saturadas, polinsaturadas e ácidos gordos pode influenciar a atividade e o metabolismo bacteriano.

O que são probióticos e prebióticos

Os probióticos são microrganismos vivos que, quando ingeridos em doses adequadas, contribuem para a regulação da flora intestinal, auxiliam na digestão e protegem o nosso organismo contra bactérias «más». Podem ser consumidos sob a forma de suplementos, mas também estão em alimentos como, por exemplo, os iogurtes e leites fermentados.

 

Por sua vez, os prebióticos são componentes não digeríveis que estimulam o crescimento de determinadas bactérias benéficas. Encontram-se de forma natural em alimentos como, por exemplo, a banana, a cebola e o alho.

A flora intestinal e a diabetes

A obesidade e a diabetes tipo 2 estão associadas a alterações da flora intestinal, em particular na sua diversidade e composição. Estudos revelaram que diabéticos apresentam contagens inferiores das bactérias Bifidobacterium e Faecalibacterium prausnitzii, que possuem propriedades anti-inflamatórias.

 

Sabemos também, que a diabetes tipo 1 resulta da destruição autoimune de células pancreáticas, para a qual contribuem mecanismos imunitários assim como fatores ambientais. Uma vez que a flora intestinal pode ter influência na resposta do sistema imunitário, o papel das bactérias intestinais na diabetes tipo 1 tem sido demonstrado. Estudos em crianças com diabetes tipo 1 apresentaram, ainda, contagens inferiores ao normal de bactérias produtoras de butirato, substância à qual se associam funções importantes para a flora intestinal.

 

Perspetivas para o futuro

 

A utilização de probióticos, prebióticos e bactérias específicas como reguladores da flora intestinal demonstraram resultados promissores. Como? Porque trazem a possibilidade de manipular a flora intestinal para ajudar a tratar a diabetes e a obesidade. No entanto, é importante salientar que são precisos mais estudos para explicar melhor porque acontece e que demonstrem mais evidências clínicas.

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Referências
  • National Health System UK (NHS)

  • Lourenço J & Dores J (2015)

  • Martins DC, et al., 2018.

  • Tua Saúde

  • Lusíadas

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