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A síndrome metabólica e relação com a diabetes

A síndrome metabólica é uma doença na qual entram em jogo diversos problemas de saúde, desde a diabetes ao excesso de peso, aos valores dos lípidos sanguíneos elevados (por exemplo, o colesterol elevado) e à hipertensão arterial. Descubra afinal do que se trata e como pode prevenir e tratar.

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A síndrome metabólica é uma doença que tem, acima de tudo, uma relação muito estreita com a obesidade abdominal, aquela gordura, muitas vezes associada a perímetro abdominal elevado, que como próprio nome indica se situa na região do abdómen. 

 

As pessoas com esta síndrome estão em risco de desenvolver doença cardiovascular [que poderá levar ao enfarte do coração ou ao Acidente Vascular Cerebral (AVC)] e diabetes tipo 2, mesmo quando os fatores de risco, ou seja, aquilo que contribui para o seu aparecimento, estão apenas ligeiramente elevados.

E o que leva ao aparecimento da síndrome metabólica?

Como vimos, o que a faz surgir é geralmente a gordura corporal, sendo a abdominal um tipo especialmente perigoso: pode ser indicadora de gordura visceral, aquela que se acumula juntos dos órgãos. 

 

Embora a síndrome metabólica se trate de uma conjugação de fatores, o excesso de gordura corporal parece estar sempre presente. Além do mais, acaba por se transformar num círculo vicioso: o aumento progressivo de peso faz com que as células de gordura se acumulem junto dos órgãos, aumentando ainda mais a quantidade de gordura visceral. 

 

Outros dos fatores que levam ao aparecimento da síndrome metabólica é a chamada suscetibilidade metabólica, que pode ser entendida como a propensão que um indivíduo tem para desenvolver determinados distúrbios no seu metabolismo. A suscetibilidade metabólica está relacionada com a genética, inatividade física, idade avançada e algumas disfunções endócrinas como por exemplo, problemas da tiroide.

Os principais intervenientes na síndrome metabólica

Diabetes tipo 2

 

É frequente a diabetes tipo 2 estar associada à síndrome metabólica, podendo esta segunda ser responsável por anomalias na tolerância à glicose (a capacidade que o corpo tem de a processar) e na produção de insulina (a hormona responsável por essa mesma eliminação) criando as condições necessárias para o desenvolvimento de diabetes tipo 2. Quando isto acontece o risco de vir a ter problemas cardiovasculares aumenta bastante. 

 

A hipertensão arterial

 

Em indivíduos saudáveis, os valores normais de pressão arterial são 120/60 mmHg. Nos indivíduos com síndrome metabólica, e particularmente com diabetes, os valores limite para hipertensão arterial são mais baixos: 130/80mmHg.

 

A hipertensão arterial aumenta o risco de AVC e propicia a formação de placas de ateroma nas artérias (placas que contêm gordura e outros constituintes que se acumulam na parede das artérias dificultando a passagem do sangue).

 

A dislipidémia

 

A dislipidémia é um distúrbio na forma como o corpo processa as gorduras. Os lípidos são as gorduras do nosso organismo, como o colesterol e os triglicéridos. Existem 2 tipos de colesterol, um mais favorável ao organismo, o HDL, e outro mais prejudicial, o LDL. Na síndrome metabólica é mais grave e mais comum a redução drástica do colesterol HDL.

 

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As complicações da diabetes

Como é feito o diagnóstico da síndrome metabólica

Podemos dizer que a síndrome metabólica é o termo médico para a combinação de diabetes, pressão arterial elevada e obesidade, ainda que uma destas possa não estar presente. Como? Olhando para a forma como a doença é diagnosticada. 

 

O médico pode diagnosticar a doença quando estão presentes, pelo menos, 3 dos 5 fatores seguintes: 

 

  • Obesidade abdominal – um perímetro abdominal, que pode ser determinada quando o perímetro abdominal (medido, por exemplo, com uma fita métrica dobrável) é superior a 102 cm no homem e 88 cm na mulher.

 

  • Triglicerídeos, um dos tipos de gordura que se encontram no sangue, iguais ou superiores a 150 mg/dL.

 

  • Colesterol HDL (mais conhecido como «bom» colesterol) igual ou inferior a 40 mg/dL no homem e a 50 mg/dL na mulher; 

 

  • Pressão arterial igual ou superior a 135/85 mmHg.

 

  • Glicemia em jejum igual ou superior a 100 mg/dl.

 

Prevenir e tratar

No que respeita ao tratamento desta síndrome o objetivo principal é a perda de peso. As recomendações internacionais apontam para:

 

  • Perda de, pelo menos, 10% para indivíduos com excesso de peso ou obesos;

 

  • Normalização do índice de massa corporal para valores inferiores a 25 kg/m2. Para isso é necessária uma dieta equilibrada com restrição da ingestão de gorduras e açúcares, e rica em fibras.

 

Esta perda de peso deve ser acompanhada de um aumento da atividade física:

 

  • Pelo menos, 30 minutos por dia com uma intensidade moderada, como por exemplo, caminhada a passo ligeiro.

 

Quando o tabagismo está presente é também impreterível que os doentes deixem de fumar:

 

  • Se necessário através de estratégias sugeridas pelo médico, até por vezes com recurso a medicação auxiliar. O abandono do hábito tabágico permite reduzir a resistência à insulina. 

 

Em quase todos os casos é necessário complementar a terapêutica com medicação. 

 

A síndrome metabólica não tem sintomas e o único sinal é a presença de um abdómen proeminente. Mas, sabia que afeta mais de um terço da população portuguesa adulta? Em caso de dúvida, fale sempre com o seu médico, primeiro no sentido do diagnóstico correto e, se a doença se confirmar, no sentido de tratar da forma mais adequada.

 

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Referências
  • Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP)

  • Federação Portuguesa de Cardiologia

  • National Health Service UK (NHS)

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