A vitamina D é importante para a diabetes?
A vitamina D desempenha um papel muito importante no nosso organismo. Será que a diabetes tem alguma influência no seu funcionamento? Hoje vamos descobrir.
A vitamina D é uma substância com várias funções no nosso organismo. Pode apresentar-se sob a forma de vitamina D2, uma versão sintética usada em suplementos, ou vitamina D3, a forma natural. A vitamina D pode ser obtida na dieta e, sendo uma vitamina lipossolúvel (ou seja, que se dissolve em gordura), é encontrada em alimentos como peixes gordos, óleos de fígado, gema de ovo ou alimentos fortificados, como o leite. No entanto, a sua principal fonte é através dos raios ultravioletas da exposição solar.
A pele, ao absorver a luz solar diretamente, produz vitamina D3 que é processada no fígado e finalmente ativada no rim. A sua forma ativa, chamada de calcitriol, vai desempenhar diversas funções muito importantes no nosso corpo, que vamos falar já de seguida.
Para que serve a vitamina D?
A vitamina D tem um papel importante na regulação dos níveis de cálcio e fosfato no organismo. Quando ingerimos alimentos com cálcio e fósforo, a vitamina D ajuda a que sejam absorvidos durante a digestão. Tanto o cálcio como o fósforo são fundamentais para o fortalecimento ósseo. Para além de estar associada a ossos fortes e saudáveis, esta ajuda a:
- Manter uma boa resposta do sistema imunitário;
- Regular o apetite;
- Reduzir o perímetro abdominal e o peso.
Existe uma relação desta vitamina com a diabetes?
A vitamina D promove a sensibilidade à insulina, isto é, faz com que o nosso corpo reconheça a insulina em circulação mais facilmente. Desta forma, a promove o controlo dos níveis de açúcar no sangue. Acredita-se também que possua um papel importante na redução do risco de insulinorresistência, um dos problemas percursores da diabetes tipo 2. A insulinorresistência é a dificuldade do organismo em reconhecer a insulina em circulação no sangue que, por sua vez, leva a que se acumule açúcar em excesso (hiperglicemia) e se desenvolva diabetes.
Outros benefícios da vitamina D e da exposição solar incluem, por exemplo, uma melhoria na função do sistema imunitário, importante em doenças autoimunes como a diabetes tipo 1.
Deficiência de vitamina D
Segundo a Direção-Geral de Saúde (DGS), cerca de 30% dos adultos jovens e de 50% dos idosos no mundo sofrem de deficiência desta vitamina. A principal causa é a falta de exposição solar, principalmente por passarmos muito mais tempo em casa e por mantermos os cuidados (e muito bem!) com o sol.
É através de análises ao sangue que se faz o diagnóstico de deficiência de vitamina D, nomeadamente se os valores (no adulto) forem abaixo de 20 ng/dL. Abaixo de 50 ng/dL já é considerado insuficiência, o que nos deve alertar precocemente!
Além disso, é fundamental que em certos grupos de risco seja rastreado o valor de vitamina D no sangue, para averiguar se há, ou não, deficiência. Estes grupos vulneráveis englobam pessoas com, por exemplo:
- Mais de 65 anos com exposição solar limitada (que estejam internadas em instituições, por exemplo);
- Síndrome de má absorção intestinal;
- Insuficiência renal crónica;
- Condições de saúde sugestivas de deficiência desta vitamina, como osteoporose ou hipocalcémia (níveis baixos de cálcio no sangue);
- História de deficiência desta vitamina anterior.
Em indivíduos com diabetes tipo 2, estudos mostraram que quando existe obesidade e mau controlo glicémico, há maior probabilidade de existir um défice de vitamina D associado. Em todos os casos de deficiência desta vitamina é aconselhada a suplementação. Por não estar presente no leite materno, as crianças são também um grupo suscetível. Por esta razão, é indicada a toma diária de vitamina D no primeiro ano de vida.
Quando suspeitar e como prevenir?
A deficiência leve ou moderada de vitamina D raramente dá sintomas. Por outro lado, nos casos mais graves, podem ocorrer sintomas como:
- Dores ósseas;
- Dores musculares;
- Fraturas;
- Dificuldades na marcha e quedas.
A chave é a prevenção! Assim, a estratégia para prevenir a deficiência de vitamina D passa principalmente por uma correta exposição solar. Ou seja, pessoas de pele clara precisam de 10 a 15 minutos de exposição solar na face, mãos e braços 2 a 3 vezes por semana para sintetizar a quantidade suficiente de vitamina D3. Se o tom de pele for mais escuro, precisam de maior tempo de exposição (cerca de 3 a 5 vezes mais).
À medida que vamos envelhecendo, o tempo necessário de sol diminuí, já que a camada mais externa da pele, chamada epiderme, enfraquece e fica mais fininha. Uma dieta que inclua peixes gordos como salmão ou sardinha, leite (enriquecido com vitamina D) e ovos, são também estratégias importantes, sobretudo, no tratamento e prevenção da doença.
Diabetes.co.uk
Dynamed
Direção-Geral de Saúde (DGS)