As várias formas de medição da glicemia
A glicemia, a quantidade de glicose no sangue, pode ser medida de diferentes formas e em diferentes contextos. Sendo a sua medição fundamental para o diabético, importa saber como pode manter sob vigia esse parâmetro.
A medição da glicemia é muito importante para pessoas com diabetes, mas não só. As grávidas, por exemplo, bem como as pessoas com dificuldade em controlar os seus níveis de açúcar (depois de recomendado pelo médico) ou pessoas que têm níveis de glicose baixos sem sinais de alarme visíveis, podem ter de medir a quantidade de açúcar no sangue.
De facto, todas as pessoas que têm diabetes devem medir os seus níveis de glicose regularmente. Conhecer os valores é o primeiro passo para agir e manter a doença controlada, além de ajudar na prevenção de outros problemas de saúde associados à hiperglicemia prolongada. Há estudos que mostram que as pessoas com diabetes tipo 1 ou tipo 2 que conseguem manter os seus níveis de glicose – e consequentemente os seus níveis de HbA1c (o valor mais rigoroso para o diagnóstico da diabetes e aquele que deve ser sempre vigiado durante a doença) –, são as que têm menor probabilidade de ter complicações da doença.
Em casa: a medição tradicional da glicose
Talvez já tenha visto como é ou conheça mesmo alguém que o faz normalmente. A medição da glicose em casa é muito simples, rápida e fácil. Através de uma gota de sangue colocada numa tira de medição, por sua vez ligada a um dispositivo eletrónico, obtém-se um resultado instantâneo. Este fica geralmente registado para sua consulta posterior ou para mostrar ao seu médico ou farmacêutico.
Estes medidores variam em termos de portabilidade, rapidez, tamanho, custo e formatos de leitura (alguns, inclusivamente adaptados para pessoas com problemas de visão). Há ainda leitores mais avançados que efetuam a média dos valores, mostram gráficos e têm programas com aplicações móveis para retirar tabelas e dados muito úteis ao profissional de saúde.
Testar noutras regiões do corpo
Costuma ser frequente os diabéticos terem de fazer várias medições da glicemia por dia. E a medição por picada no dedo acaba por ser a solução mais fácil. Ora como imagina, este método pode tornar-se com o tempo desconfortável e até doloroso, o que acaba por fazer com que a pessoa faça a medição com menos frequência e, por isso, em piores resulta num pior controlo e desconhecimento das situações em que os valores estão desajustados.
Para tentar resolver este problema, existem hoje várias soluções (ao nível Europeu, por exemplo). Tudo isto, para conseguir alternativas livres de picada que possam tornar a vida de milhões de doentes muito mais fácil. Alguns dispositivos já existem no mercado e outros estão ainda em desenvolvimento. Hoje em dia, existem dispositivos para medição na parte superior do braço, no antebraço, na base do polegar ou até na coxa.
Os valores obtidos por estes testes não refletem tão rapidamente as mudanças de glicose (por exemplo, em resposta ao exercício ou a uma refeição), como os registados pela tradicional picada no dedo. Por isso, se tiver sintomas de hipoglicemia (níveis baixos de açúcar no sangue), opte antes pelos testes tradicionais para obter valores mais precisos.
Sistemas de análise contínua da glicose
Alguns dispositivos já surgem combinados com injetores de insulina, para quem faz insulinoterapia. Isto significa que este tipo de sistemas mede os níveis de açúcar no sangue e permite depois uma injeção automática de insulina. Estes sistemas costumam têm o nome técnico de «sistemas de medição intersticial da glicose». Mas não se assuste com o palavreado – na verdade, estes dispositivos tendem a usar-se em situações muito específicas e sempre por recomendação do médico.
A medição da glicemia via análises laboratoriais
É verdade que, hoje, é cada vez mais fácil para um doente fazer as suas medições da glicemia sem precisar de ir ao laboratório fazer análises. No entanto, é possível medir a glicemia desta forma e o seu médico pode prescrever-lhe análises laboratoriais por várias razões. Como por exemplo, quando é necessário ter mais do que uma fonte de dados sobre a glicemia e confirmar a precisão dos valores obtidos em casa. Além disso, através das análises laboratoriais é possível aferir outros parâmetros, como por exemplo a hemoglobina glicada (HbA1c) e a glicose presente na urina.
Medir a glicose não é um bicho de 7 cabeças. Ainda assim, o seu médico e farmacêutico estarão disponíveis para lhe prestar informações mais claras e tirar dúvidas concretas. Fale sempre com o seu médico para que lhe possa indicar a melhor forma de medir a glicemia para obter valores fidedignos.
Se picar o dedo não for uma solução agradável para si, converse sobre a possibilidade de adotar uma opção alternativa. Acima de tudo, sinta-se confortável com um gesto que é fundamental para a sua saúde e que deve ser simples e prático.
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American Diabetes Association (ADA)
Associação Portuguesa dos Diabéticos de Portugal (APDP)