Diabetes aumenta o risco de cancro?
Será que a diabetes aumenta o risco de cancro? Hoje vamos aprofundar um pouco mais esse assunto e tentar responder a esta pergunta.
A diabetes é uma doença crónica que pode conduzir a diversas complicações no nosso organismo. Ultimamente, têm sido feitos vários estudos que relacionam a diabetes (sobretudo a diabetes tipo 2) com a ocorrência de determinados tipos de cancro.
De acordo com um estudo publicado no Journal of Diabetes Investigation, o cancro superou as doenças cardiovasculares como a causa de morte mais comum em adultos escoceses com diabetes tipo 2. Os investigadores avaliaram as causas de morte de pessoas com diabetes tipo 2, na Escócia, entre 2009 e 2014, e compararam-nas com as taxas nacionais de mortalidade. A causa mais comum de morte foi cancro (27,8%), seguida pelas doenças cardiovasculares (24,1%).
Quais os tipos de cancro mais associados a diabetes tipo 2?
A Associação Portuguesa de Diabetes refere que o cancro e a diabetes estão entre as «Dez ameaças à saúde global» identificadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), referindo que a previsão é que o número de pessoas afetadas continue a aumentar. Estima-se que 1 em cada 5 pessoas com cancro (20%) também tenha diabetes.
Adicionalmente, estudos epidemiológicos sugerem que as pessoas com diabetes apresentam maior risco de desenvolver determinados tipos de cancros, nomeadamente hepático, pancreático, do endométrio, colorretal, mama e bexiga.
Uma alimentação desadequada, o sedentarismo, o tabaco, o consumo excessivo de álcool e fatores ambientais como a poluição, mas também o isolamento social e o stresse, são alguns dos fatores de risco comuns às duas doenças.
O motivo pelo qual pessoas com diabetes desenvolvem com maior facilidade alguns tipos de cancro ainda não está totalmente esclarecido. Uma das hipóteses defendida é que muitas células malignas expressam à sua superfície uns recetores designados de IGF-1 que, assim como a insulina, estão aumentados em doentes diabéticos do tipo 2.
Diabetes recém-diagnosticada vs. maior número de anos com a doença
O mesmo estudo referido anteriormente considera ainda que pessoas recém-diagnosticadas com diabetes (menos de 2 anos) têm uma maior probabilidade de desenvolver cancro de pâncreas. Porém, para outros tipos, o risco foi maior nos primeiros oito anos do diagnóstico.
Existe alguma relação entre a diabetes tipo 1 e o cancro?
A diabetes tipo 1 é mais rara e há poucos estudos feitos que avaliem a sua associação com a ocorrência de cancro. Atualmente, baseados em estudos, não podemos dizer que a diabetes do tipo 1 leva a um aumento do risco de cancro.
Como é feito o tratamento de um doente com diabetes que também é diagnosticado com cancro?
Há uma série de particularidades, tanto na escolha dos fármacos da quimioterapia como na abordagem dos seus efeitos adversos.
Quanto à alimentação, a principal orientação é que seja equilibrada e bem fracionada ao longo do dia. É muito importante o acompanhamento por um nutricionista. A atividade física é muito importante tanto para o tratamento da diabetes como para o tratamento do cancro.
Concluindo, é importante salientar que o diagnóstico de diabetes não deve ser rotulado como um sinal de que o doente terá cancro, apesar de esta doença estar associada à ocorrência de determinados tipos da doença.
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