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Diabetes e rins: o seu papel no controlo da glicemia

O papel do rim na filtração do sangue, produção de urina e regulação da composição do sangue é reconhecida por todos. Mas conhece como pode o rim controlar a glicemia? Venha descobrir connosco.

Sabia que existe uma relação entre diabetes e rins? É verdade! Afinal, a estabilidade dos valores de glicemia é determinada pelo equilíbrio entre a «entrada» e «saída» de glicose da circulação sanguínea. Para assegurar que os níveis glicémicos são mantidos mais ou menos constantes, apesar de algumas flutuações causadas, por exemplo, pela ingestão de alimentos ou por um maior gasto energético, o nosso organismo usa um conjunto de mecanismos fisiológicos reguladores, que permitem manter o equilíbrio da glicose.

 

Existe, hoje, informação científica disponível que comprova que o rim está envolvido na regulação da glicemia, assim como nas alterações a nível renal encontradas em doentes com diabetes, através de três mecanismos distintos:

 

  • Libertação de glucose na circulação sanguínea (também chamada de gluconeogénese renal);
  • Retirada de glucose da circulação sanguínea, para satisfazer as necessidades energéticas do nosso corpo
  • Reabsorção de glucose para a circulação sanguínea a partir do filtrado feito pelos rins.

 

Diabetes e rins: o papel no controlo da glicemia

Gluconeogénese renal

 

Em períodos prolongados de jejum como, por exemplo, durante o sono, o nosso organismo recorre a várias vias «estratégias» para obter glicose. Para além de usar as reservas existentes no fígado, o fígado e o rim conseguem ainda produzir glicose a partir de outras moléculas. Durante uma noite de jejum, o rim assegura 20-25% da glucose em circulação, podendo essa proporção aumentar com a redução das reservas do fígado. A insulina suprime a libertação de glicose, enquanto o glucagon (e outras hormonas como, por exemplo, o cortisol e as hormonas da tiroide) a estimulam.

 

E o que acontece após uma refeição? Quando há uma elevação dos níveis de glicemia, verifica-se uma aumento significativo da insulina plasmática e a supressão da libertação de glucagon e da glicose que já estava no organismo antes da refeição, o que permite uma normalização da glicemia. Apesar de a gluconeogénese no fígado ser substancialmente reduzida, a gluconeogénese renal é aumentada em 60%, possivelmente, para repor as reservas do fígado.

 

Utilização da glicose pelo rim

 

Após a quebra do jejum prolongado da noite, o rim usa uma quantidade significativa da glicose existente no organismo (cerca de 10%).

 

Reabsorção renal de glicose

 

O rim também interfere no equilíbrio da glicose ao reabsorver, ao nível de uma das suas estruturas constituintes, a glicose presente no filtrado. Este é o mecanismo principal pelo qual este órgão intervém regulação da glicemia. A glicose existente no filtrado é reabsorvida através de uns «canais» chamados de co-transportadores renais de sódio glucose (SGLT), localizados na zona da membrana das células. Uma vez que a glucose passa livremente pelo chamado glomérulo renal, um aumento da glicemia reflete-se num aumento proporcional da glicose no filtrado glomerular e, consequentemente, num aumento da sua reabsorção. Contudo, acima de uma glicemia de 198 mg/dL, num adulto saudável, não é mais possível reabsorver glucose, e esta passa a ser excretada pela urina. À presença de glicose na urina chama-se glucosúria.

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O que significa ter glicose na urina?

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Referências
  • Gerich J.E., 2010.

  • Mitrakou A., 2011.

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