Dieta para diabéticos? Conheça as tendências na moda
Certamente já terá ouvido falar de pelo menos algumas das dietas mais populares nos últimos tempos. As estratégias para emagrecer seguem tendências e hoje vamos falar um pouco sobre as mais recentes.
Em primeiro lugar, é importante lembrar que a dieta não é uma tendência como as outras, pois tem um impacto direto na sua saúde. Neste artigo vamos explorar as dietas da moda e os seus potenciais benefícios e riscos para o doente diabético. No entanto, não se esqueça de consultar um nutricionista, dietista ou profissional da saúde caso queira alterar os seus hábitos alimentares! Não é consensual falar-se numa dieta para diabéticos, sendo fundamental garantir que a sua alimentação é a mais adequada para o seu caso em particular.
Dieta para diabéticos? Confira o que hoje sabemos
Dieta sem glúten
O glúten é um conjunto de proteínas que se encontra em cereais como, por exemplo, o trigo, a aveia, a cevada e o centeio. Ou seja, os cereais utilizados em alimentos como pães, biscoitos, bolachas, massas e pizzas.
Nos últimos anos o glúten tem sido constantemente «acusado» de fazer mal à saúde. A verdade é que provoca intolerância em pessoas com doença celíaca, não sendo prejudicial para a maior parte das pessoas sem este problema. No entanto, está associado a alimentos ricos em hidratos de carbono e açucares. Na verdade, as evidências científicas provam que o glúten consumido de forma equilibrada é benéfico, aumentando a ingestão de fibras e promovendo a proliferação das bactérias que ajudam na digestão.
No caso da diabetes, investigadores da Universidade de Harvard concluíram que as pessoas que eliminam o glúten da sua alimentação têm risco acrescido de desenvolver diabetes de tipo 2. Além disso, investigadores do Centro Hospitalar de São João concluíram que «a presença do glúten na dieta está associada a um melhor controlo metabólico da diabetes mellitus tipo 1».
Dietas vegetariana e vegana
As dietas vegana e vegetariana são ambas baseadas principalmente no consumo de produtos de origem vegetal. A dieta vegetariana inclui produtos de origem animal (como, por exemplo, ovos e lacticínios). Por outro lado, a dieta vegana exclui qualquer tipo de produto de origem animal.
Vários estudos comprovaram a presença de um baixo índice de massa corporal, baixos valores de colesterol total, colesterol LDL e glicose em vegetarianos e veganos, em comparação com pessoas com uma dieta omnívora. As dietas baseadas principalmente no consumo de produtos de origem vegetal podem ser benéficas para os doentes com diabetes tipo 2, pois reduzem consideravelmente o risco cardiovascular. Ou seja, são benéficos contra uma das principais causas de mortalidade ao nível mundial.
No entanto, estas dietas podem acentuar o risco de anemia, de deficiência de cálcio com osteoporose e desenvolvimento de deficiências de vitaminas e minerais. Um ponto de vista mais moderado é recomendar uma dieta predominantemente vegetariana, com cerca de 15% de proteína animal, especialmente importante para os idosos que podem sofrer com uma menor ingestão de proteína. Ainda assim, lembre-se: é sempre importante consultar o seu médico ou nutricionista antes de iniciar uma mudança nos seus hábitos alimentares.
Dieta Cetogénica (Keto)
É uma dieta que prevê um consumo reduzido de hidratos de carbono, um consumo moderado de proteínas e um consumo elevado de gorduras (geralmente superior a 70% das calorias totais). O objetivo desta dieta é levar o organismo a um estado de cetose. Ou seja, alterar o processo metabólico para fazer com que o corpo passe a utilizar as gorduras como «combustível», ao invés dos açucares.
A dieta cetogénica incentiva os seus seguidores a abandonar os hidratos de carbono quase na totalidade e consumir grandes quantidades de gorduras. Ou seja, de alimentos tais como carnes, ovos, manteiga, azeite e frutos secos.
Apesar de estar muito na moda, uma análise de 13 estudos com duração superior a 1 ano mostrou que o benefício adicional de perda de peso é inferior a 1 kg, em comparação com dietas ricas em hidratos de carbono e com pouca gordura. Além disso, outra análise de 32 estudos constatou que o gasto energético e a perda de gordura são maiores com dietas com pouca gordura do que com dietas cetogénicas.
Atualmente, nenhum estudo tem avaliado as dietas cetogénicas em termos de resultados no longo prazo. Assim sendo, desconhece-se qual o impacto no risco de doença cardiovascular, embora estudos preliminares tenham sugerido que poderia estar associada a um aumento na mortalidade por todas as causas. Em relação à diabetes tem havido alguma discussão. Isto é, da perspetiva de uma dieta com baixo consumo de hidratos de carbono pode trazer benefícios no controlo da doença. No entanto, uma revisão sistemática concluiu que as dietas cetogénicas não são superiores a dietas com o mesmo número de calorias (independentemente do tipo de nutrientes consumidos).
Zong G, et al., 2018.
Dinu M, et al., 2016.
SciMed
Ordine dei Medici Chirughi e Odontoiatei della Provincia di Forlì-Cesena