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Doença arterial periférica e diabetes

A doença arterial periférica é uma complicação da diabetes que atinge as artérias do nosso sistema vascular. Venha perceber porque acontece e quais os riscos.

A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) estima que 40% das pessoas com diabetes terão uma complicação tardia da doença. A diabetes mal controlada pode causar problemas em órgãos como os rins, o coração, o cérebro, os olhos e os vasos sanguíneos. Neste artigo iremos focar uma complicação em particular, a doença arterial periférica, que afeta as artérias do nosso organismo.

Doença arterial periférica: o que é?

A doença arterial periférica é caracterizada pelo processo de aterosclerose que ocorre nas artérias dos membros, mais precisamente dos membros inferiores, as pernas. A aterosclerose consiste na formação de placas de gordura, colesterol e mediadores inflamatórios na parede das artérias, causando o seu estreitamento e obstrução. Como consequência, o sangue terá mais dificuldade em chegar aos tecidos e levar oxigénio e nutrientes.

 

Sintomas

 

A doença arterial periférica pode muitas vezes ser assintomática. No entanto, quando ocorrem, os sintomas incluem:

 

  • Claudicação intermitente, isto é, dor na região dos gémeos que ocorre com o esforço (muitas vezes, basta uma curta caminhada) que alivia em repouso;
  • Sensação de formigueiro, dormência ou «picadas» nas pernas;
  • Cicatrização lenta de feridas nas pernas e pés.

 

Fatores de risco

 

Para além da diabetes, existem outros fatores que aumentam a probabilidade de desenvolver esta doença, entre eles:

 

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Complicações

 

A maior complicação da doença arterial periférica é a amputação das pernas ou pés, quando ocorre uma isquemia grave (ou seja, quando o sangue não consegue chegar aos tecidos por demasiado tempo).

 

Além disso, o diagnóstico de doença arterial periférica significa que a hipótese de outras artérias estarem afetadas (ou virem a estar) é elevada. Isto incluí artérias do coração ou cérebro, pelo que prevenir o aparecimento ou progressão da doença é crucial.

Porque é que a diabetes causa doença arterial periférica?

A presença de diabetes mellitus é um fator de risco para o aparecimento de doença arterial periférica. Estima-se que 1 em cada 3 pessoas com mais de 50 anos com diabetes sofra deste problema.

 

A diabetes é caracterizada por hiperglicemia, resistência à insulina e risco aumentado de hipercolesterolemia. Todos estes fatores são condições propícias ao desenvolvimento de doença arterial periférica, pois promovem a formação de placas de aterosclerose e a disfunção endotelial (alteração das paredes dos vasos sanguíneos).  Para além disso, sabe-se que existe uma maior circulação de substâncias promotoras de inflamação nos doentes diabéticos. A inflamação, por sua vez, ajuda ao desenvolvimento da aterosclerose e de doença arterial periférica.

 

É possível prevenir o problema?

 

A prevenção passa por eliminar os potenciais fatores de risco. Como tal, se é fumador, deve parar de fumar. Adotar uma dieta equilibrada, baixa em gorduras e colesterol e que promova um bom controlo glicémico é essencial. Como o sedentarismo é um fator de risco, mantermo-nos ativos reduz o risco, não só da complicação que aqui falamos, como de outras doenças cardiovasculares.

 

Qual o tratamento?

 

O tratamento acaba por ser muito semelhante à sua prevenção. Ou seja, se recebeu o diagnóstico desta doença, é fundamental que não a deixe agravar, pelo que deve:

 

  • Parar de fumar;
  • Manter um bom controlo glicémico;
  • Controlar a tensão arterial;
  • Manter níveis de colesterol nos valores ideais, cumprindo uma dieta equilibrada;
  • Realizar um programa de exercícios que promovam a melhoria da resistência ao exercício como, por exemplo, caminhar durante 30 minutos várias vezes por semana;
  • Cumprir a medicação que o seu médico prescrever.

 

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Referências
  • Diabetes UK

  • Thiruvoipati T, et al., 2015.

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