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Doença renal crónica: o que é?

A doença renal crónica é um problema de saúde pública que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Descubra o que é, quais os sintomas e quem está em risco.

Estima-se que cerca de 10 % da população europeia tenha doença renal crónica e que 70 milhões de europeus vivam com insuficiência renal, dependentes de tratamentos de substituição (diálise ou transplante renal). No entanto, em 2017, em Portugal, os dados apontavam para uma prevalência de doentes no último estádio de doença renal crónica em diálise ou transplantação superior à média dos países da OCDE.

 

Dadas as implicações deste problema para a qualidade de vida dos doentes e a sua interligação com outros problemas de saúde, como a hipertensão, a diabetes e o risco cardiovascular, é fundamental compreender o que é, afinal, a doença renal crónica.

O que é a doença renal crónica?

Antes de mais, para que servem os nossos rins? Eles são responsáveis por filtrar a água em excesso no organismo, bem como resíduos que devem ser eliminados através da urina. Além disso, os rins produzem hormonas que ajudam a controlar a pressão sanguínea e são responsáveis pelo equilíbrio de sais e minerais no organismo, como o cálcio, o fósforo, o sódio e o potássio.

 

Mas de que maneira os rins estão relacionados com a pressão sanguínea? Ao regular o equilíbrio entre o volume sanguíneo em circulação e os sais minerais, o rim é um órgão central na regulação da pressão arterial, o que significa que, na presença de hipertensão, o rim seja «chamado» para trabalhar no sentido de devolver o equilíbrio. Assim, quando o rim não funciona corretamente, também a pressão arterial é afetada.

 

Na doença renal crónica verifica-se uma diminuição gradual das funções do rim, à medida que o tempo passa. Ou seja, deixam de ser capazes de filtrar o sangue da forma correta. Tal como o próprio nome indica, é uma doença crónica que persiste e pode mesmo progredir ao longo da vida para insuficiência renal. Na insuficiência renal, o rim deixa de trabalhar e passa a depender de diálise ou mesmo de um transplante renal.

 

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A diabetes e a tensão arterial

O que causa a doença renal crónica?

As 2 principais situações que levam ao aparecimento de doença renal crónica são a diabetes e a hipertensão, responsáveis por cerca de 2 terços dos casos. No caso da diabetes, o aumento dos valores de glicemia tem implicações na saúde de vários órgãos e nos vasos sanguíneos que são muito importantes para que o rim exerça a sua função.

 

Por outro lado, a hipertensão pode também fazer com que os vasos sanguíneos fiquem mais finos, frágeis e danificados. Quando isto acontece no rim, o fluxo sanguíneo que chega até este órgão é menor, fazendo com que não seja capaz de remover os fluidos e as substâncias extra que o organismo precisa de excretar.

Conheça os sintomas

Na doença renal crónica, a maior parte das pessoas pode não ter sintomas até a doença estar num estádio avançado. Ainda assim, esteja alerta para sintomas como:

 

  • sensação de cansaço de falta de energia;
  • dificuldades de concentração;
  • falta de apetite ou náuseas;
  • dificuldade em dormir;
  • espamos musculares durante a noite;
  • pés e tornozelos inchados;
  • secura e comichão na pele;
  • necessidade de urinar mais vezes do que o normal;
  • dores de cabeça.

Quem está em risco?

Qualquer pessoa pode ter doença renal crónica. No entanto, a probabilidade aumenta se a pessoa tem:

 

  • diabetes;
  • hipertensão;
  • idade avançada;
  • historial de insuficiência renal na família.

 

À medida que a idade avança e quando a pessoa tem algumas das condições mencionadas há muito tempo, o risco de doença renal crónica aumenta. Se faz parte de um destes perfis de risco, fale com o médico que o acompanha e mantenha-se atento a eventuais sintomas.

As complicações que deve conhecer

Ao regularem a pressão sanguínea e ajudarem a excretar o que não precisa através da urina, os rins mantêm o organismo saudável. Por isso, quando uma pessoa tem doença renal há outros sistemas que são afetados. O risco cardiovascular aumenta, ou seja, há uma probabilidade maior de vir a ter doença cardíaca, enfarte ou acidente vascular cerebral (AVC). Por outro lado, a hipertensão tanto pode causar doença renal crónica, como surgir como consequência do seu aparecimento.

 

Quando os rins não funcionam bem, pode ainda surgir anemia e edema (acumulação de fluídos corporais), bem como elevação de potássio e de cálcio no sangue.

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Referências
  • Sistema Nacional de Saúde (SNS)

  • Heaf J., 2017.

  • European Renal Association – European Dialysis and Transplant Association (ERA-EDTA)

  • American Kidney Fund

  • National Kidney Foundation

  • National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases US (NIH)

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