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O que é a nefropatia diabética?

Existem várias complicações associadas à diabetes. Tendencialmente, é capaz de já saber que o pâncreas tem alguma coisa a ver com o assunto. Existe uma relação entre a diabetes e a saúde renal? Sim, levando muitas vezes a um problema que já deve ter ouvido falar: a nefropatia diabética.

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Os rins são órgãos extraordinários. Isto porque a sua grande função no organismo é remover resíduos do sangue. Para isso, são constituídos por milhões de vasos sanguíneos que atuam como um filtro. Por vezes, acontece que esse sistema de filtragem começa a funcionar mal. A esse mau funcionamento nos vasos sanguíneos do rim chama-se nefropatia (do grego néfro, rim + páthos, estado ou condição) – e uma das causas para isso pode ser precisamente a diabetes, assumindo o nome de nefropatia diabética.

 

Assim, a nefropatia é mais frequente em pessoas com diabetes cujos valores de glicemia permanecem fora do controlo.

 

Segundo a Sociedade Portuguesa de Nefrologia (SPN) é necessário, em primeiro lugar, estar alerta para o facto de muitos doentes renais terem diabetes: isto é, cerca de 50% das pessoas com diabetes tipo 1. Por outro lado, entre 10% a 20% das pessoas com diabetes tipo 2 desenvolvem nefropatia diabética.

Como se desenvolve a nefropatia diabética?

É no nefrónio – que é a unidade mais importante no rim – que existem os tais vasos sanguíneos que trabalham na filtração do sangue. E, naturalmente, aquilo que é filtrado tem de ir para algum lado e é exatamente daí que provém a urina que todos produzimos e acabamos por excretar.

 

Consequentemente, quando, ao longo de anos, as artérias estão sujeitas a níveis de glicemia elevados, começam a ficar danificadas. Neste caso, a nefropatia é conhecida pelo nome de nefropatia diabética, já que a origem reside precisamente nas consequências da diabetes.

 

O dano provocado nas artérias poderá ser ainda mais grave se, ao mesmo tempo, o doente tiver hipertensão arterial – ou sejam isto significa que os vasos ficarão sujeitos a um esforço acrescido.

 

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A relação entre diabetes e aterosclerose

O que acontece na nefropatia diabética?

No rim, o sistema de filtração mantém no sangue proteínas como a albumina, que são demasiado grandes para ser filtradas. E, além disso, são importantes para o bom funcionamento do organismo.

 

Acima de tudo, o grande sinal de alerta que estamos perante nefropatia é a existência de pequenas quantidades de albumina na urina. Isto porque a sua presença significa que as artérias não conseguem impedir a sua saída e, por isso, quanto maior a quantidade de albumina na urina, mais grave é o estado da nefropatia.

 

Em situações mais graves, a nefropatia pode culminar numa insuficiência renal, isto é, o rim deixa de ser capaz de realizar a sua função de purificação e é necessário recorrer à hemodiálise para que o sangue seja purificado. Por isso, é extremamente importante prevenir esta situação através de um controlo eficaz da glicemia.

O que pode o doente diabético fazer?

Análises! Muito provavelmente, perante um caso de diabetes o médico irá recomendar análises regulares, que poderão incluir parâmetros que medem a saúde renal.

 

Antes de mais nada, no caso da prevenção da nefropatia diabética, há um parâmetro que é muito importante ser avaliado e que tem que ver com a função dos rins descrita acima – a taxa de filtração glomerular. Este parâmetro deverá ser avaliado anualmente e varia consoante o sexo, a idade e a superfície corporal.

 

Por outro lado, existem mais parâmetros a avaliar: o doseamento da microalbuminúria (presença da tal proteína, albumina, na urina) que deverá ter um valor <30 mg na urina de 24 horas. Na análise da albuminúria, se o resultado for negativo, é possível que tenha de repetir o teste após 1 ano. Se o resultado for positivo, deverá ter de repetir o teste 3 a 4 meses depois.

 

Além de fazer análises, que outras formas de prevenção existem? Tanto para prevenir, como para tentar reduzir a nefropatia diabética, é necessário um controlo apertado do nível de glicose no sangue. Além disso, a hipertensão arterial também tem um efeito negativo nesta doença, aconselhando-se os doentes a:

 

  • Manter um peso saudável;
  • Ingerir menos sal;
  • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas e de tabaco;
  • Fazer exercício físico.

 

Do mesmo modo, não deixe de consultar o seu médico para falar sobre dúvidas que tenha ou estratégias de prevenção que podem ser importantes no seu caso particular.

E quando estamos perante casos mais graves?

Neste caso, e quando os doentes chegam a uma fase de insuficiência renal é necessário o recurso à hemodiálise. Esta consiste na substituição da função do rim por uma máquina, quando o rim perde a sua capacidade de filtração. O sangue terá de passar por uma máquina que o vai filtrar, substituindo a função do rim.

Todos os doentes diabéticos vão desenvolver nefropatia diabética?

Não! Apesar de ser um dos fatores de risco, nem todos os doentes diabéticos vão desenvolver doença renal. Outros fatores que podem originar a doença prendem-se com a genética, o controlo mais ou menos correto da glicemia e a pressão arterial. Se mantiver a diabetes controlada, menor é a probabilidade de vir a desenvolver nefropatia diabética.

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As complicações da diabetes

Referências
  • Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP)

  • Sociedade Portuguesa de Nefrologia (SPN)

  • Portal da Diálise

  • American Diabetes Association (ADA)

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