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O que é a quiroartropatia diabética?

Quiroartropatia diabética é um nome que em princípio não lhe deve soar a nada. Mas se trocarmos para síndrome da mão rígida (que é a mesma coisa), mesmo que não saiba o que é, pode já ter experienciado os seus sintomas. Descubra ao certo do que se trata!

Para percebermos o que é a quiroartropatia diabética, também conhecida como síndrome da mão rígida, é preciso perceber que a diabetes está associada a uma variedade grande de complicações musculosqueléticas. Ou seja, complicações que afetam os músculos e os ossos do corpo. As mãos são um dos órgãos muito afetados o que, claro, piora a qualidade de vida dos doentes.

Um problema por vezes esquecido

É comum dar-se bastante atenção a várias complicações da diabetes, como a retinopatia ou a neuropatia diabética (e bem!). Por outro lado, tende-se também a desvalorizar um pouco problemas do foro musculosquelético, como é o caso da quiroartropatia diabética. Isto faz pouco sentido, porque muitas vezes estas complicações estão na origem dos problemas que os médicos tendem a dar mais atenção. É por isso normal que nunca tenha ouvido falar desta síndrome da mão rígida (ou de outros, como a síndrome do túnel cárpico).

O que acontece na quiroartropatia diabética. E como diagnosticar.

A quiroartropatia diabética é caracterizada pela limitação no movimento dos dedos, à medida que a mão vai ficando cerosa e rígida. Geralmente a sensação começa no dedo mais pequeno e espalha-se para o polegar. Isto acontece pela incapacidade que o corpo vai ganhando em fortalecer as articulações da mão.

 

Eventualmente, esta rigidez faz com os doentes sejam incapazes de juntar completamente os dedos ao tocar com a palma de uma mão na outra. Esta é, na verdade, a forma mais eficaz de perceber se existe um problema. Assim sendo, há que recorrer ao médico para um diagnóstico para que confirme se ao fazer esse gesto, a pele e as articulações de cada mão não tocam umas nas outras, ou se há uma cavidade entre os dedos ou entre as palmas.

 

A dor é um problema que pode surgir e que piora a qualidade de vida do doente. Na parte de trás da mão a pele pode também ficar rígida, apertada e cerosa, à medida que a doença progride.

 

Causas e prevalências

 

A quiroartropatia diabética pode estar presente em 8 a 50% de doentes com diabetes tipo 1, tipo em que é mais comum. No entanto, os doentes com diabetes tipo 2 podem também desenvolver a doença. Quanto mais tempo tiver a doença, mais provável é que ela desenvolva quiroartropatia diabética, sendo ainda mais comum em doentes com neuropatia.

 

A presença de mais glicose na corrente sanguínea contribui para que essa molécula se vá acoplar a outras existentes no corpo, como é o caso das proteínas. Este é um processo normal, chamado glicosilação, mas que aqui está aumentado. Ao juntar-se a moléculas de colagénio (um tipo de proteína da pele) faz com que mais sejam produzidas – a rigidez da pele fica, assim, aumentada.

 

Outras alterações do sistema nervoso, bem como outras cardiovasculares, podem também estar na origem do problema.

 

Prevenção e tratamento

 

Como grande parte das complicações da diabetes, a grande forma de prevenir é mantendo um excelente controlo da glicemia. Ainda assim, pode ser benéfico executar exercícios adicionais para manter as mãos fortes e mais flexíveis – o Instituto Português de Reumatologia dá algumas dicas úteis.

 

Ainda assim, lembre-se sempre que se sentir dor deve parar de fazer esses exercícios e deve consultar o médico que lhe pode sugerir outras opções de terapia física. Da mesma forma, antes disso, ao perceber os sintomas deve recorrer ao seu médico para que lhe possa ser diagnosticado o problema e saiba, assim, agir a partir daí.

 

 

 

Referências
  • Goyal et al., 2018.

  • Cherqaoui R, et al., 2013.

  • Diabetes UK

  • Instituto Português de Reumatologia

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