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O que é a retinopatia diabética?

A retinopatia diabética é uma das complicações frequentes da diabetes. Descubra o que é, quais os sintomas e como prevenir.

O olho é um dos órgãos mais afetados pela diabetes (tanto diabetes tipo 1, como diabetes tipo 2), e a retinopatia diabética é igualmente a forma mais comum de doença ocular diabética. O desenvolvimento e progressão desta complicação está fortemente relacionado com a duração da doença e bem como com o controlo dos valores de glicemia.

 

Estima-se,  que uma pessoa com diabetes tenha um risco 25 vezes superior de cegueira, do que uma pessoa que não tenha a doença. E estima-se ainda que a retinopatia diabética proliferativa, quando não tratada, seja responsável por perda de visão irreversível 5 anos após o diagnóstico em cerca de metade dos doentes.

Como é que a retinopatia diabética se desenvolve?

A retina é uma estrutura presente na zona anterior do olho, na qual a luz é convertida em sinais elétricos que, por sua vez, são enviados para o cérebro e «transformados» em imagens.

 

Para que a retina funcione corretamente é necessário que receba um fluxo sanguíneo constante, obtido a partir dos capilares, uma rede de vasos sanguíneos de pequenas dimensões.

 

Na diabetes não controlada, devido aos níveis de glicemia constantemente elevados, estes vasos podem sofrer lesões, o que, em alguns casos, pode levar à acumulação de líquido na mácula (parte do olho que é responsável pelo foco). Noutras situações pode ainda resultar numa proliferação anormal de vasos sanguíneos à superfície da retina.

 

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Prevenção das complicações oculares na diabetes

Os vários tipos de retinopatia diabética

Consoante o tipo de lesões existentes, a retinopatia diabética pode ser classificada em:

 

  • Retinopatia diabética não proliferativa — tipo mais comum de retinopatia que é caracterizado pela formação de pequenas bolsas nos capilares presentes na parte anterior do globo ocular. Pode ser classificada como aparente, ligeira, moderada e grave, de acordo com o aumento do número de capilares afetados, respetivamente.

 

  • Retinopatia diabética proliferativa — em algumas pessoas, a retinopatia continua a evoluir ao longo de vários anos para uma forma mais grave, em que os capilares estão danificados de tal forma, que o fluxo sanguíneo é bloqueado. Como resposta, novos vasos sanguíneos começam a proliferar na retina. No entanto, estes são frágeis e rompem-se facilmente, conduzindo a derrames que bloqueiam a visão. Por outro lado, estão também associados à formação de cicatrizes que podem também afetar a retina. Pode ser classificada de baixo risco, alto risco ou como doença ocular diabética avançada.

 

Estes 2 tipos de retinopatia diabética podem além disso  estar associados a edema macular. Esta é uma situação em que há uma acumulação de fluído na mácula, como consequência das paredes dos capilares serem mais permeáveis, podendo resultar em visão desfocada.

Quais são os principais sintomas?

Antes que o doente se aperceba de qualquer mudança na sua visão, a retina pode já estar seriamente danificada. A maioria das pessoas com retinopatia diabética não proliferativa, no entanto,  não tem sintomas. E mesmo pessoas com retinopatia diabética proliferativa, mais grave do que a anterior, apenas têm quando é demasiado tarde para que seja possível aplicar um tratamento eficaz.

 

Por esta razão, é de extrema importância que os seus olhos sejam examinados regularmente por um oftalmologista, para que seja possível fazer um diagnóstico precoce.

 

Portugal tem um sistema de rastreio para a retinopatia diabética implementado, que permitiu que, em 2017, tenham sido rastreados cerca de 198 400 pessoas.

 

Os sinais ou sintomas a que deverá estar atento são por exemplo os seguintes:

 

  • Perda progressiva de visão;
  • Perda repentina de visão;
  • Formas que «flutuam» no seu campo de visão;
  • Visão desfocada e irregular;
  • Dor ou vermelhidão no olho(s).

 

Apesar de muitos destes sintomas não estarem necessariamente associados a retinopatia diabética, é importante que sejam avaliados rapidamente e que não espere muito até à próxima consulta.

Quais são os fatores de risco mais importantes?

Os principais fatores que influenciam o risco de vir a desenvolver retinopatia são:

 

  • Controlo dos níveis de glicemia;
  • Níveis de pressão arterial;
  • Há quanto tempo tem diabetes;
  • Fatores genéticos.

Como pode reduzir o risco de vir a ter retinopatia diabética?

Poderá reduzir a possibilidade de vir a ter esta complicação ou prevenir a sua progressão se seguir as seguintes indicações:

 

  • Controle a glicemia, mas também os valores da pressão arterial e a concentração no sangue de lípidos (gorduras);
  • Tome a medicação conforme lhe foi prescrita;
  • Não falte às suas consultas de acompanhamento,
  • Procure rapidamente aconselhamento médico se verificar algum tipo de alteração na visão;
  • Mantenha um peso saudável, siga uma dieta equilibrada, faça exercício de forma regular e não fume.
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Hábitos que ajudam a prevenir a diabetes tipo 2

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Referências
  • Solomon SD, et al., 2017.

  • Diabtes UK

  • Henriques J, et al., 2015.

  • American Diabetes Association (ADA)

  • Ministério da Saúde

  • National Health System UK (NHS)

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