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O que é uma tiroidectomia e quando se faz?

A tiroidectomia é um tipo de cirurgia que pode ser necessária em certas doenças da tiroide. Hoje vamos saber mais sobre este procedimento: o que é, quando deve ser feito, quais os seus riscos e cuidados a ter.

Uma tiroidectomia é a remoção cirúrgica da tiroide. Mas, afinal, o que é a tiroide mesmo? É uma glândula situada no pescoço, com cerca de 5 cm de diâmetro, dividida em lobos e cuja forma lembra uma borboleta. É um órgão muito importante, pois produz hormonas tiroideias – a T4 e a T3 – e a calcitonina, que participam no controlo metabólico do corpo. Entre os vários processos para os quais contribui, destacamos:

 

  • Temperatura do corpo;
  • Frequência cardíaca;
  • Controlo do peso;
  • Funcionamento intestinal;
  • Estado de humor;
  • Metabolismo do cálcio.

 

No entanto, apesar da sua importância, existem certas condições e doenças que obrigam à remoção da tiroide – a tiroidectomia.

Tiroidectomia: o que é?

Como referido, a tiroidectomia é quando retiramos a tiroide por via de cirurgia. A tiroidectomia pode ser total, quando se extrai toda a glândula, ou parcial, quando apenas se retira parte dela. A tiroidectomia parcial pode, também, ser chamada de lobectomia.

 

Antes da cirurgia, terá uma consulta pré-operatória de anestesiologia, na qual o médico irá avaliar a situação, através de análises e eletrocardiograma. Não são necessárias mudanças na dieta, mas pode ser necessário suspender alguns medicamentos. O médico anestesista ou o cirurgião irá fornecer-lhe essas indicações. Os medicamentos mais sujeitos a alteração são aqueles que tornam o sangue mais fino.

 

Não se esqueça: leve sempre todos os seus medicamentos para as consultas. Quanto à duração da operação, dependendo se é extraída toda a tiroide ou apenas parte dela, pode durar entre 1 a 3 horas.

Quando está indicada a tiroidectomia?

Algumas doenças da tiroide são controladas apenas com medicação. A doença mais comum é o hipotiroidismo, que ocorre quando a glândula tiroideia não produz as hormonas suficientes para cumprir as suas funções. Neste caso, suplementação hormonal com comprimidos é necessária e o controlo faz-se com análises sanguíneas de rotina (no máximo, 1 vez por ano).

 

No entanto, existem outras condições que implicam medidas mais definitivas, como é a tiroidectomia. São elas, por exemplo:

 

  • Hipertiroidismo

 

Ocorre quando a tiroide funciona em excesso. Ou seja, há demasiadas hormonas em circulação, o que pode trazer consequências graves à saúde. Apesar de existir medicação dirigida, a tiroidectomia é, muitas vezes, uma opção.

 

  • Nódulos da tiroide

 

Na tiroide podem desenvolver-se nódulos. Quando estes são acompanhados de alterações nas hormonas da tiroide, ou quando existem características suspeitas na ecografia, pode ser necessária a sua remoção cirúrgica.

 

  • Bócio multinodular

 

O bócio multinodular é uma condição na qual existem múltiplos nódulos espalhados por toda a glândula. A tiroidectomia está indicada quando existem alterações hormonais da tiroide ou quando provoca sintomas, como dificuldade em engolir, por exemplo.

 

  • Cancro da tiroide

 

Perante casos de cancro da tiroide, o tratamento passa pela remoção completa da tiróide, com tiroidectomia total.

Existem riscos?

Nenhum procedimento cirúrgico é isento de riscos, pelo que a tiroidectomia não é excepção. No entanto, a boa notícia é que é uma cirurgia com uma baixa taxa de complicações. As principais consequências são:

 

  • Lesão do nervo laríngeo recorrente

 

Durante a tiroidectomia, pode ocorrer lesão acidental do nervo laríngeo recorrente. Este nervo responsável pelas nossas cordas vocais está muito próximo da tiróide, daí o risco. Se tal acontecer, pode surgir rouquidão. Consoante o tipo de lesão, esta rouquidão pode ser permanente ou temporária. É um risco raro. Em todo o caso, pode ser necessário o apoio da terapia da fala no pós-operatório.

 

  • Excisão das glândulas paratiroides

 

As glândulas paratiroides são pequenas glândulas que estão anexadas à tiroide. Apesar de incomum, podem ser lesionadas ou retiradas juntamente com a tiroide, pela sua proximidade. As paratiroides produzem uma hormona chamada PTH, que participa no metabolismo do cálcio. Pode ser necessária suplementação com cálcio para toda a vida se as glândulas paratiroides forem afetadas.

 

  • Hemorragia

 

Existe uma probabilidade de 1 em cada 300 cirurgias de ocorrer um sangramento importante. Por este motivo, é muitas vezes necessária a permanência de uma noite no hospital para que sejam tomadas as medidas necessárias caso algo ocorra.

Que cuidados ter depois de uma tiroidectomia?

Depois de uma tiroidectomia, é natural ocorrer dor e termos de recorrer a medicamentos analgésicos (como, por exemplo, o paracetamol). No entanto, é possível retomar rapidamente a vida normal. É aconselhado esperar cerca de 4 a 5 dias antes que volte a conduzir, de maneira a ter completa mobilidade do pescoço. Para esforços e exercícios mais vigorosos, é aconselhável aguardar cerca de 15 dias.

 

Relativamente a suplementação, vai depender se for tiroidectomia total ou parcial. Na tiroidectomia total é necessária a suplementação com hormona T4 (tiroxina) durante toda a vida. Se for uma tiroidectomia parcial, o tecido tiroideu remanescente é normalmente suficiente para produzir as hormonas necessárias. Em todos os casos, é muito importante fazer análises para avaliar os níveis de tiroxina no sangue.

 

É também muitas vezes necessária a suplementação com cálcio e vitamina D, principalmente se as glândulas paratiróides forem afetadas. Essa suplementação pode ser temporária ou permanente, pelo que a avaliação com análises de sangue é igualmente fundamental.

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