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Para que serve o pâncreas?

Muitos saberão que o pâncreas é o órgão da diabetes. Outros até que é ele que produz a insulina. Mas, ao certo, que glândula (sim, uma glândula) tão importante é esta, onde está localizada, como funciona e, principalmente, porque é tão importante?

O pâncreas é um dos mais importantes órgãos do corpo humano. Com funções digestivas complexas, é ao mesmo tempo a glândula responsável pela produção de insulina e glucagon, fundamentais para diversas funções corporais, das quais a mais revelante seja talvez o controlo da glicemia no organismo. Desde o local onde está alojado ao porquê da sua vital importância, compreenda melhor a sua fascinante complexidade.

O pâncreas

Anatomia (ou como é composto) e localização

 

O pâncreas é um órgão do nosso corpo. Mais propriamente, é podemos dizer que é uma glândula. Mas já lá vamos. O pâncreas (do grego págkreas – todo carnoso) apresenta uma forma alongada e cónica. Está situado transversalmente na parte superior da cavidade abdominal atrás do estômago, entre o duodeno (a primeira parte do intestino delgado) e o baço. Possui 10 a 15 cm de extensão e, no adulto, pesa aproximadamente 100 g.

 

É possível distinguir 3 segmentos distintos no pâncreas:

 

  • a cabeça, que corresponde à porção mais larga, orientada para a direita e adjacente ao duodeno;
  • o corpo, que corresponde à porção central e mais extensa, a qual cruza a cavidade abdominal até à esquerda, por trás do estômago e à frente da coluna vertebral;
  • e a cauda, que corresponde à porção mais fina e estreita e prolonga-se até à parte esquerda do abdómen, próximo do baço.

 

O que faz o pâncreas?

 

Antes de percebermos o que faz o pâncreas devemos primeiro entender o que faz uma glândula. No corpo humano, as glândulas segregam substâncias específicas e podem ser de 2 tipos:

Glândulas endócrinas

Como o próprio nome indica (endo vem do grego éndon, que significa dentro), segregam essas substâncias para dentro, mais especificamente no líquido que está entre as células; depois, essas substâncias entram nos vasos sanguíneos e podem assim atingir outras regiões do corpo. A maior parte delas, com um nome que de certeza já deve ter ouvido falar, chamam-se hormonas. A tiroide, por exemplo, é uma glândula endócrina que produz as hormonas da tiroide.

 

Glândulas exócrinas

O nome também não deixa enganar (exo, do grego ékso, significa fora) e que produzem outras substâncias que depositam em canais específicos (ductos) e que normalmente são libertadas a partir daí nas cavidades de órgãos. Por exemplo, as glândulas salivares e as glândulas sudoríparas libertam essas substâncias (saliva e suor) na cavidade bocal e na superfície da pele, respetivamente.

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A importância do controlo glicémico

Mas o pâncreas é um órgão muito especial. Ele funciona tanto como uma glândula endócrina como como uma glândula exócrina.

 

Funções endócrinas

As funções endócrinas do pâncreas passam pela produção insulina, glucagon e somatostatina. Através da produção dessas substâncias, ele exerce funções de controlo do metabolismo orgânico (isto é, regula a forma como gastamos energia), da glicose (quantidade de açúcar no sangue) e de outros nutrientes (como aminoácidos ou ácidos gordos). Desta função, falaremos melhor de seguida.

 

Funções exócrinas

No que toca às funções exócrinas o pâncreas produz ainda  várias enzimas, assim como, um líquido rico em iões bicarbonato. Estas são funções totalmente digestivas. As enzimas digerem nutrientes durante a digestão como gorduras, proteínas e ácidos nucleicos. O líquido rico em bicarbonato neutraliza o ácido clorídrico que entra no intestino delgado proveniente do estômago. Se os iões bicarbonato não neutralizassem a acidez desse líquido proveniente do estômago, então ele iria inativar as enzimas pancreáticas no intestino delgado. O pâncreas, enquanto órgão exócrino, liberta o seu o conteúdo num ducto específico, o ducto pancreático, que o reencaminha depois para o duodeno.

 

Porque é importante termos um pâncreas que funcione bem

 

Claro que as funções exócrinas do pâncreas são fundamentais para uma correta digestão. Mas como estamos a falar de diabetes, vamos concentrar-nos nas suas funções endócrinas e no porquê de ser tão importante que essas funções resultem na perfeição.

 

No corpo, a regulação mais importante das transições entre jejum e refeição (e vice-versa) é feita por duas hormonas que o pâncreas produz – a insulina e o glucagon.

 

Insulina e glucagon

A insulina e o glucagon são produzidos por um grupo de células da porção endócrina do pâncreas chamados de ilhéus de Langerhans (que devem o seu nome ao homónimo médico alemão que os descobriu no século XIX). Nos ilhéus, existem vários tipos de células: as células beta são a fonte da insulina, enquanto as células alfa são a fonte do glucagon. Como vimos antes, há ainda uma outra hormona, chamada de somatostatina, que é segregada por um terceiro tipo de células, mas acontece que a sua função no corpo humano ainda não está totalmente clara.

 

A insulina e o glucagon têm muitas funções, sendo uma das mais importantes o controlo da glicose no organismo.

 

Como funciona a insulina

A insulina, quando libertada, vai atuar sobre células dos músculos, tecido adiposo (gordura) e fígado. Depois de uma refeição, os níveis de glicemia vão estimular as células beta a produzir insulina. A insulina vai então chegar aos locais nos quais atua comunicando-lhes que devem captar e utilizar essa mesma glicose que está em circulação. Pelo contrário, em alturas em que não há alimento, a produção de insulina está diminuída e, portanto, essas zonas não vão captar nem utilizar essa glicose.

 

E o glucagon?

O glucagon funciona como uma hormona oposta à insulina. Sempre que a glicose está diminuída no corpo (alturas de jejum, por exemplo), cabe ao glucagon informar o fígado – um órgão bastante complexo, capaz de muitas coisas – de que é necessário aumentar a sua produção. Ao contrário, sempre que a glicose está em concentrações elevadas, o glucagon vai deixar de ser produzido pelo pâncreas.

 

É neste equilíbrio constante que o pâncreas vai executando uma das suas mais importantes funções – o controlo da glicemia. Assim, quando o mesmo está comprometido (por motivos diferentes no caso da diabetes tipo 1 ou da diabetes tipo 2) estamos na presença de uma doença sobre a qual, felizmente, o nosso website é pródigo em informação. Siga na sua leitura para saber mais sobre a diabetes!

 

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Referências
  • Vander, Sherman & Luciano (2006)

  • Índie EU

  • Medipédia

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