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Motivação para a mudança

Adote estratégias no dia a dia e mude comportamentos de forma a assumir o controlo da diabetes.

Ter diabetes coloca a pessoa em constantes situações de ajustamento em relação ao seu passado. Terá de aceitar que a diabetes é uma doença crónica e que pode provocar eventuais complicações de saúde. É ainda necessário aceitar a adaptação ao tratamento e desenvolver estilos de vida saudáveis, manter autocuidados personalizados. Para todos estes passos, é essencial ter motivação para a mudança.

 

Para as pessoas poderem controlar a diabetes, têm de acreditar que a mudança no comportamento adaptativo irá introduzir uma diferença clara em relação ao seu estado atual. A sua motivação terá de assentar na consciência do desfasamento, muito valorizado pelo próprio, entre o que consegue realizar e o que poderá vir a fazer.

Adotar novos comportamentos

As componentes fundamentais na motivação para mudar são:

 

  • A autovalorização da mudança;
  • O sentimento de autoeficácia;
  • O planeamento da mudança;
  • O respeito pela autonomia, ou seja, pela liberdade de escolher mudar.

 

Esta responsabilidade na escolha dos objetivos a atingir torna-os mais pessoais, devendo ser sempre discutidos com a sua equipa de saúde. As mudanças devem assemelhar-se a rotinas. Alterar comportamentos automáticos anteriores necessita de repetição para se transformarem em rotinas, o que implica muita persistência. É também neste ponto que surge a importância da motivação para a manutenção do autocontrolo da diabetes.

 

Motivação interna

 

A motivação pode ser interna, se derivar unicamente do nosso gosto, ou para nos sentirmos melhor, ou ainda porque nos faz sentido. Esta motivação independente de qualquer recompensa é objetiva, como um pagamento, ou subjetiva como o reconhecimento pessoal.

 

Correr ao final do dia pode ser um ato de libertação, de gestão do stresse, de sensação de bem-estar ou de aumento de resiliência. Comer de modo saudável pode representar um hábito de vida gerador de equilíbrio e sintonia com o meio ambiente que nos envolve.

 

Motivação externa

 

A motivação externa implica ganho, alguma recompensa objetiva, pela realização de uma tarefa ou aquisição de uma perícia. Ou ainda a busca de reconhecimento exterior, como receber um elogio ou ser apontado como exemplo a seguir. São exemplos, adquirir a competência em administrar insulina ou evitar hipoglicemias durante uma maratona.

Estratégias de motivação para a mudança

  • Prepare-se para a mudança

 

Se estiver com um sentimento de sobrecarga, sentindo-se «esmagado», revoltado ou resignado em relação à diabetes, pode ser precoce pensar em mudança. Partilhe essas emoções com alguém que oiça sem criticar.

 

Se sentir ambivalência, por exemplo, «eu quero mudar, mas não agora», tente encontrar a sua motivação interna. Por exemplo, pode valer a pena mudar para estar em condições físicas de ajudar mais com os netos. Detete aspetos positivos e menos positivos para a mudança, e quais as dificuldades a ultrapassar. Escreva estes pontos e discuta-os com a sua equipa de saúde.

 

  • Saiba quando pedir ajuda

 

Procure um técnico de saúde quando tiver dúvidas que possam impedir a planificação da sua mudança ou quando não entende os resultados obtidos face ao esforço desenvolvido. Não será tanto pela informação que possa receber, pois não se relaciona diretamente com mudança, mas pelo feedback que terá. Pode permitir validar procedimentos, receber formação e esclarecer dúvidas. Lembre-se de que a sua responsabilidade na definição de metas aumenta a probabilidade de sucesso.

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  • Mude comportamentos

 

Comece por mudar os comportamentos que considera prioritários e acessíveis, e faça-o de modo parcelar. Estabeleça objetivos claros e metas realistas, mensuráveis, definidos no tempo. Por exemplo, fazer exercício físico durante pelo menos 30 minutos às segundas, quartas e sextas às 19h. Ou comer, só 1 vez por semana, um bolo, no sábado, ao pequeno-almoço. Aumente gradualmente as mudanças e não se autocritique por não conseguir. Lembre-se de que somente 7 % das pessoas consegue aderir totalmente à terapêutica da diabetes. Se necessário reformule os objetivos e metas.

 

  • Procure estar com outras pessoas com diabetes

 

Partilhar as dificuldades em grupo diminui o sentimento de diferença e solidão. Permite estabelecer metas mais realistas e aumenta o compromisso e a probabilidade de sucesso por receio de desapontar os outros. Procure ter educação sobre diabetes no contexto de grupo.

 

  • Aprenda a gerir a diabetes e o trabalho

 

Tente manter os autocuidados, por exemplo, se necessário, leve comida que possa comer sem sair do local de trabalho. Se for adequado e se sentir confortável, explique a necessidade do tratamento e rigor no cumprimento de horários.

 

  • Saiba valorizar a sua autoestima

 

A diabetes é uma doença «que não se vê» e a sua responsabilidade no controlo é grande. Valorize o esforço e o que tem conseguido. Se necessário escreva metas que atingiu e festeje consigo próprio e com outros.

 

  • Saiba gerir a diabetes e as suas relações

Procure manter um equilíbrio entre a conveniência social e as exigências do tratamento. Por vezes, será indicado ser assertivo e recusar alimentos hipercalóricos. Noutras vezes, há exceções que fortalecem a sua rede de suporte social.

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Referências
  • Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP)

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