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O que é a hipoglicemia neonatal?

A hipoglicemia neonatal acontece quando os recém-nascidos têm valores de glicose no sangue inferiores ao normal. Nos primeiros dias de vida, existe um risco maior de isso acontecer, pelo que devemos estar atentos a essa situação.

Quando falamos de hipoglicemia neonatal a pergunta que se impõe começa por ser: os bebés podem nascer com hipoglicemia?

O bebé nasce com hipoglicemia?

Durante a gravidez, o bebé alimenta-se da glicose fornecida pela mãe através do cordão umbilical, sendo totalmente dependente desta partilha para fornecer energia ao seu corpo em desenvolvimento. Logo após o nascimento, quanto se corta o cordão umbilical, a concentração de glicose no sangue (glicemia) do recém-nascido diminui rapidamente para valores abaixo do normal, causando a chamada hipoglicemia neonatal (até ao 28.º dia de vida).

 

O valor de glicemia do recém-nascido que define a hipoglicemia depende de múltiplos fatores. Entre eles com quantas semanas de gravidez nasce o bebé, bem como as horas de vida que tem, existindo valores mínimos de glicose adequados à condição de cada bebé.

O que pode causar a hipoglicemia neonatal?

Existem várias causas que podem explicar a hipoglicemia neonatal, nomeadamente:

 

  • Baixos valores de glicogénio (reservas de glicose) em recém-nascidos que nasçam antes do tempo previsto (prematuros) ou com baixo peso (restrição de crescimento).
  • Doenças que diminuam a produção de glicose ou que aumentem o seu consumo.
  • Doenças que aumentem a produção de insulina (hormona que degrada a glicose).

 

Por outro lado, exsitem alguns fatores que podem aumentar o risco do recém-nascido ter uma hipoglicemia neonatal, tais como:

  • Diabetes ou hipertensão arterial (tensão alta) maternas durante a gravidez.
  • Mãe toxicodependente.
  • Recém-nascido prematuro ou com restrição de crescimento, infeção generalizada (sépsis), malformações do coração, ou outras doenças.

 

Os recém-nascidos com maior risco de terem hipoglicemia neonatal devem ser alimentados nos primeiros 30-60 minutos de vida e os seus valores de glicemia devem ser avaliados de forma muito frequente nos primeiros 2-3 dias, como medida preventiva.

 

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Como se manifesta a doença?

Alguns sintomas de hipoglicemia neonatal podem ser comuns a outras doenças. Contudo, devemos suspeitar desta situação se estivermos perante um recém-nascido com:

  • alteração do estado de consciência (com tremores, irritado, sem reação, convulsões);
  • dificuldade respiratória ou pausa na respiração (apneia);
  • diminuição da força muscular, da atividade e movimentos do bebé;
  • choro gritado, difícil de consolar;
  • recusa alimentar;
  • diminuição da temperatura corporal (hipotermia).

 

O diagnóstico da hipoglicemia neonatal é feito, mais frequentemente, através de uma análise sanguínea rápida, colhida através de uma pequena picada no calcanhar no recém-nascido.

 

Na maioria das vezes, após normalização dos valores de glicose no sangue, os sintomas desaparecem e o bebé volta ao seu estado normal. Caso tal não aconteça, deve-se continuar a investigar outras causas para as queixas do bebé.

 

Para normalizar rapidamente os valores de glicemia e resolver os sintomas, para além da alimentação, pode ser necessário, em casos mais graves, administrar glicose por via intra-venosa.

Quais são as consequências no futuro?

A hipoglicemia neonatal é frequente em recém-nascidos de risco, podendo aumentar a predisposição dos mesmos a outras doenças ou complicações.

 

Na maioria das vezes, é uma situação facilmente reversível com tratamento (aporte de glicose), tem bom prognóstico e o bebé normaliza os seus sintomas com o atingimento dos valores normais de glicemia. Contudo, existem casos mais graves que mesmo tratados de forma adequada, podem deixar sequelas a longo prazo, por exemplo quando o bebé apresenta convulsões.

 

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Referências
  • Sociedade Portuguesa de Pediatria

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